"Já há conhecimento científico suficiente", diz Adeilson Loureiro, secretário nacional de Vigilância em Saúde. "A própria mobilização do ponto de vista de pesquisa, de insumos e de recursos foi suficiente. Os estudos continuam, e vamos prosseguir na rotina de combate às arboviroses", completa o especialista.
A decisão ocorre 18 meses depois da decretação de emergência, segundo o ministério, em um momento de queda nos casos de zika e microcefalia em todo o país. Até 15 de abril deste ano, foram registrados 7.911 casos de zika, uma redução de 95,3% em relação a 2016, quando ocorreram 170.535 notificações.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, os dados de microcefalia têm apresentado redução importante no número de casos novos notificados a cada semana, desde maio de 2016. Os casos novos mensais têm se mantido em 2%, desde janeiro deste ano; no pico dos casos de microcefalia, em dezembro de 2015, foi registrado aumento de 135% nas notificações.
"Do ponto de vista prático, não tem nenhuma mudança na assistência, na vigilância ou no diagnóstico", afirma Adeílson Loureiro, reforçando que a retirada da emergência não enfraquece as políticas públicas que foram implantadas no período.
Os critérios internacionais de avaliação de risco para decretar e manter o estado de emergência são: o impacto do evento sobre a saúde pública; se o evento é incomum ou inesperado; se há risco significativo de propagação internacional; e se há risco significativo de restrições ao comércio ou viagens internacionais.
Para o ministério, o conjunto de ações voltadas para a eliminação dos mosquito Aedes aegypti contribuiu para a diminuição dos casos. Além disso, há uma maior proteção pessoal da população, escassez de chuvas em determinadas regiões do país e a imunização natural que as pessoas adquirem ao ter alguma das doenças em anos anteriores.
(com Agência Brasil).