"O tumor ocular, quando diagnosticado e tratado logo no início em crianças pequenas, tem grandes chances de cura. Ao invés daquele reflexo vermelho provocado pelo flash da máquina fotográfica, quando se nota um reflexo branco nos olhos de um bebê é sinal de que algo está errado e de que é preciso levá-lo a um oftalmologista. O retinoblastoma é um tipo comum de câncer infantil, causado pelo crescimento de um tumor na camada celular da retina. Hereditariedade é fator de risco que corresponde a apenas 10% dos casos.
O melanoma ocular, ou câncer de pele, pode atingir tanto a parte interna do olho (úvea), quanto a membrana que reveste e protege a córnea (conjuntiva). "O melanoma ocular costuma ser assintomático, daí a importância da prevenção. Queixas de alterações visuais constantes, moscas volantes, flashes luminosos, e até mesmo descolamento da retina geralmente surgem quando a doença se encontra num estágio com prognóstico pouco favorável. Normalmente, esse tipo de câncer ocular acomete pessoas de 40 a 60 anos, sendo necessário fazer um mapeamento da retina, ultrassonografia, além dos exames oftalmológicos comuns", diz Renato Neves. De acordo com o especialista, apesar de o câncer de pele ser muito comum entre homens e mulheres, o uso de óculos escuros contribui muito para proteger os olhos da doença.
"Pessoas com o sistema imunitário mais vulnerável, como pacientes em tratamento contra Aids, são mais suscetíveis ao câncer ocular do tipo linfoma. Embora raro, é mais facilmente percebido, já que implica no crescimento anormal de uma massa de tonalidade rosa sobre a conjuntiva, atrapalhando a visão até mesmo quando se esconde nos cantos das pálpebras. Somente a biópsia poderá dizer quando é um tumor benigno ou maligno. De todo modo, o tratamento com radioterapia logo no início da doença tem se mostrado promissor", afirma o oftalmologista.
Já os fatores de risco para o melanoma ocular, Neves diz que eles incluem pessoas brancas, com olhos claros (verdes ou azuis), idade superior a 45 anos, doenças hereditárias, excesso de exposição ao Sol e determinadas ocupações (pessoas que trabalham no campo, em alto-mar ou nas praias). O especialista recomenda proteger sempre bem os olhos com óculos escuros e boné ou chapéu (mesmo nos dias nublados), além de consultar um oftalmologista a cada dois anos a partir dos 40 anos, ou sempre que sentir alterações na visão, incluindo reflexos fotográficos diferentes dos normais..