Danificado pela ação do tempo e por um incêndio, o casarão foi reconstruído pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e entregue à comunidade em agosto de 2013, com objetivo de abrigar exposições e o acervo histórico sobre a região, reunido pelos moradores.
A edificação agradou a uma das figuras que mais atuou para que o projeto de reconstrução se consolidasse: dona Lúcia César, de 82 anos, integrante do extinto Culturarte, movimento local que lutou durante décadas pela valorização e preservação da memória de Venda Nova. "Está mais bonito do que era", comenta a moradora.
Visitas orientadas
Desde a inauguração, o casarão histórico tem recebido vários grupos de estudantes, de pessoas da terceira idade e de instituições de saúde mental. O espaço está sob os cuidados do técnico do Patrimônio Cultural, Henrique Willer de Castro, que tem desenvolvido um trabalho de educação patrimonial, com visitas orientadas, utilizando diversos recursos lúdicos e didáticos, como caça-palavras, jogo da memória, todos especificamente criados e desenvolvidos com informações sobre a região.
Os visitantes são recebidos, na maioria das vezes, pela professora Silvana Cheib, que está cedida para a FMC. Ela conta que é muito bom ver a emoção das pessoas em relembrar e outras em conhecer a história de Venda Nova.
Em 2016, o espaço recebeu cerca de vinte grupos de visita orientada, totalizando quase 350 visitantes. Somados ao público espontâneo, foram quase nove mil visitas. A exposição Caminhos de Venda Nova: Memória, Sensibilidade e Identidade, que, atualmente, está instalada no local, têm propiciado experiências emocionantes.
"Numa delas, fomos procurados por um senhor, indagando sobre uma foto que está exposta na área externa do local, plotada num dos vidros. É a foto de alguns homens num armazém, que ficava à rua Padre Pedro Pinto.
O técnico do Patrimônio Cultural vê com bons olhos a iniciativa da PBH em manter um espaço de memória para uma região com uma história tão rica. "Venda Nova tem vivido um verdadeiro boom do crescimento habitacional e comercial, que traz diversos impactos. Num contraponto, a iniciativa do poder público municipal em criar e manter um espaço de natureza museológica e memorial se mostra importante, uma vez que a região possui uma história rica, que precisa ser transmitida e preservada. Um esforço de lidar com a tradição e a modernidade, com o desenvolvimento urbano e econômico", diz Henrique Willer.
(com assessoria de comunicação da PBH).