Revista Encontro

Saúde

Confira alguns mitos e verdades sobre a gripe H1N1

Causada pelo vírus Influenza, a doença ainda gera muitas dúvidas na população

Da redação com assessorias
Com o tempo mais frio e seco, é normal que as pessoas comecem a ser vítimas de gripes e resfriados.
Porém, deve-se ter cuidado para não pegar uma doença mais grave, como a gripe H1N1, causada pelo vírus Influenza.

No Brasil, é comum as pessoas associarem sintomas como espirros e garganta arranhando com a gripe. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), há uma banalização do termo gripe. Na maioria das vezes trata-se de um resfriado, ou até mesmo rinite alérgica – que nem é uma doença infecciosa.

O médico Ronaldo Zonta, membro da SBMFC, esclarece sobre os sintomas da gripe, especialmente a H1N1. "Atitudes simples como hábitos saudáveis, evitar lugares fechados e aglomerados, lavar e higienizar as mãos e manter a hidratação com água, são medidas que previnem e tratam a H1N1", afirma o especialista.

Confira, abaixo, alguns mitos e verdades sobre a gripe H1N1, segundo a SBMFC:

O vírus da gripe comum é o mesmo da H1N1
Mito. O vírus da gripe, Influenza, não se manifesta apenas no nariz e garganta e sim em toda a árvore respiratória – na traqueia, brônquios e eventualmente nos pulmões. Portanto, trata-se de uma doença de maior extensão e intensidade, sobretudo para pessoas debilitadas. Quem morre vítima da gripe, normalmente, são pessoas que apresentam algum tipo de fraqueza, como as malnutridas, ou com doenças como o HIV e o diabetes, mas que não fazem o tratamento correto. Aqueles que têm câncer, estão fazendo quimioterapia, além dos idosos, também podem ter complicações com a gripe.

Os sintomas da gripe e do resfriado são diferentes.
Verdade. O resfriado comum geralmente é caracterizado pela coriza , nariz entupido e espirros, além da febre baixa , dor ou irritação de garganta que arranha ou arde um pouco, tosse, dores de cabeça e ouvido, rouquidão, perda de apetite, irritação nos olhos, mal-estar ou outros sintomas que duram em média de três a sete dias.
Já a gripe inicia-se com febre alta (ultrapassa os 38,5º C), calafrios, seguida de dor muscular/articular, dores de garganta e cabeça, fadiga/indisposição, nariz entupido, espirros e tosse. A gripe deixa a pessoa de cama com dores no corpo, popularmente descritas como "quebradeira", sensação de mal-estar muito intensa e cabeça leve. Os sintomas da gripe são mais intensos enquanto que os sintomas do resfriado são mais leves e têm menor duração.

Evitar ambientes fechados com muitas pessoas evita a H1N1
Verdade. Começou a tossir e a garganta está arranhando, não vá ao pronto-socorro. Neste caso, recorrer ao pronto-socorro pode expor a pessoa ao vírus da gripe, devido ao ambiente infectado. Se estiver realmente gripado, ou seja, não for um resfriado, e sim, uma gripe, é recomendado que o infectado evite contato com outras pessoas e fique longe do trabalho ou escola até se sentir melhor – em até cinco dias. O período mais contagioso, iniciado quando os sintomas aparecem, pode durar até sete dias – crianças e pessoas com baixa imunidade podem precisar de uma folga ainda maior, já que, nelas, o vírus permanece ativo por mais tempo.

Ações como lavar e higienizar as mãos são atos preventivos.
Verdade. Lave bem as mãos ou higienize-as com álcool gel ao compartilhar utensílios e mexer em equipamentos públicos – no banco, no metrô, no ônibus, no cinema etc. Proteja a boca ao tossir – use o antebraço ou lenços de papel descartáveis ao tossir e espirrar; se usar as mãos para tapar a tosse ou espirro e limpar o nariz, lave-as para não espalhar o vírus. Não é recomendado o uso de máscaras, já que as feitas de feltro e tecido têm vida útil de 15 minutos. Depois disso, elas já não têm mais eficácia. Ficam úmidas com a respiração e os poros do material vão abrindo. É como se não estivesse usando.

Não existem remédios para tratar a gripe e/ou resfriados
Verdade. A medicação é somente para aliviar os sintomas. Não use remédios como Tamiflu ou Relenza sem orientação médica para tratar a gripe H1N1. Estes medicamentos apenas diminuem de sete para 6,3 dias, em média, os sintomas da gripe, somente se foram tomados em até 48 horas após o início dos sintomas.
Gripes, resfriados e dores de garganta são doenças autolimitadas. Na maioria dos casos, basta o tratamento de suporte (com analgésicos e antitérmicos), repouso e hidratação. Antibióticos não funcionam para tratar a gripe e são prescritos somente nos casos de eventuais complicações, como infecções bacterianas.

Medidas simples podem aliviar os sintomas do H1N1 e demais vírus
Verdade. Hidrate-se com água e sucos naturais ricos em vitamina C (laranja, goiaba e acerola). Não há necessidade e não há evidência que funcione tomar vitamina C em comprimidos. Para tratar dor e febre, dê preferência ao paracetamol ou dipirona. Evite anti-inflamatórios (ibuprofeno, diclofenaco e nimesulida), pois, apesar de aliviarem a dor mais intensa, podem causar efeitos colaterais. Reserve estes remédios se os sintomas de dor forem muito intensos.

Utilizar descongestionante nasal e xaropes auxiliam no tratamento
Mito. Para o nariz entupido e coriza, use soro fisiológico nas narinas várias vezes ao dia ou solução caseira com meia colher de chá de sal em um copo de água morna. Não use descongestionantes nasais contendo fenoxazolina, nafazolina ou oximetazolina, pois podem causar complicações. Evite remédios, xaropes ou similares para gripe que contenham substâncias como pseudoefedrina, efedrina e cafeína, pois podem causar complicações graves, principalmente em pessoas com pressão alta.

A vacina contra a H1N1 é necessária
Mito. A vacina contra a gripe H1N1 é relativamente nova e existem poucos estudos a seur espeito. Ainda há poucas evidências de que a vacinação contra essa gripe realmente proteja o indivíduo de complicações ou reduza as mortes.
Portanto, se é você é uma pessoa saudável, sem outras doenças ou problemas de saúde crônicos, não há indícios de que precise se vacinar contra a H1N1. A decisão de tomar ou dar a vacina em adultos saudáveis é pessoal, e não, médica ou científica. Qualquer dúvida, consulte seu médico de família..