Segundo a oftalmologista Tatiana Nahas, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, a ptose palpebral causada por lentes de contato está ligada à manipulação excessiva e à dificuldade de colocar e retirar o acessório. "Estudos sugerem que a ptose induzida por lentes de contato é a principal causa dessa condição em jovens e adultos de meia idade", comenta a especialista.
"Em uma pálpebra normal, temos os músculos chamados de orbicular e elevador. Eles agem em sincronia para permitir os movimentos rápidos e contínuos quando piscamos. A ptose acontece quando há problemas nesses músculos, levando à queda da pálpebra", diz a médica.
Esse problema pode ser congênito, ou seja, a pessoa já pode nascer com a condição ou ser adquirido ao longo da vida, devido a diversos motivos. "Entre as adquiridas temos a ptose involucional, que está relacionada ao processo natural do envelhecimento e costuma aparecer depois dos 60 anos.
Afeta a visão
"Ao contrário do que se possa pensar, a ptose palpebral não é uma questão somente estética. Ela também pode afetar a funcionalidade da visão, pois, algumas pessoas apresentam perda do campo visual superior ou oclusão do eixo visual. Essas condições podem levar a pessoa a 'entortar' a cabeça para enxergar melhor, causando dores musculares e problemas de postura", comenta a especialista.
A oftalmologista esclarece que o diagnóstico da ptose palpebral deve ser feito pelo médico e o tratamento é cirúrgico, principalmente quando afeta o campo visual. "Na maioria dos casos, o resultado da correção cirúrgica é satisfatório. Com o uso de técnicas cirúrgicas modernas, o paciente não fica com cicatriz aparente, já que o corte é feito em uma prega palpebral. A visão tende a voltar ao normal e há melhora da aparência", afirma Tatiana..