O levantamento vai permitir ao Iepha-MG mapear quantos são e quem são os responsáveis por perpetuar uma das mais tradicionais características da cultura mineira e, dessa maneira, endossar o pedido de abertura do processo de registro junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Como esclarece Françoise Jean, diretora de Proteção e Memória do Iepha-MG, os violeiros que quiserem efetuar o cadastro terão o apoio das prefeituras. "Aquelas secretarias de cultura que promoverem o cadastro dos violeiros nos seus municípios vão ganhar uma pontuação extra no ICMS Cultural, que se reverte em recursos de repasses de ICMS", esclarece a especialista, que também enaltece os benefícios da iniciativa para a criação de políticas públicas assertivas para o setor.
Tradição mineira
Para o violeiro Chico Lobo, reconhecido músico mineiro com mais de 30 anos de carreira, o mapeamento é muito importante na medida em que vai catalogar tanto os mestres violeiros do interior quanto os artistas que vivem da viola. "A gente tem o reconhecimento no Brasil de que Minas Gerais é o grande celeiro dos violeiros", comenta o artista. "É um instrumento que está no cotidiano, na vida do mineiro", complementa o instrumentista.
O costume de fazer e de tocar a viola está presente em grande parte do território mineiro e dialoga com muitas outras práticas tradicionais, como as folias, congadas e demais festejos populares. Nas celebrações religiosas, por exemplo, atua como fio condutor de todo o ritual. Por sua vez, nas comunidades rurais, a música assume o papel de elemento mediador das relações sociais.
Para a violeira Letícia Leal, que também é professora de viola caipira, o instrumento musical típico de Minas tem uma sonoridade peculiar e uma forma única de tocar. "A gente, como violeiro, tem que entender isso e explorar o instrumento ao máximo para levá-lo a outros patamares.
(com Agência Minas).