A evolução favorável da confiança dos consumidores em maio recupera parte da queda de mais de três pontos no mês anterior, quando o índice atingiu 82,2 pontos. Para a coordenadora da Sondagem do Consumidor da FGV, Viviane Seda Bittencourt, "o resultado foi influenciado pela melhora das expectativas com relação à situação financeira das famílias e o ímpeto de compras, ambos os quesitos positivamente influenciados pela inflação mais baixa e os juros nominais em queda".
De acordo com o critério da pesquisa, quando o índice fica abaixo de 100 pontos, a interpretação técnica é de que os entrevistados estão pessimistas e quando fica acima, estão otimistas.
Análise dos dados
A percepção dos consumidores quanto à situação atual permaneceu estável em maio, mas houve melhora das expectativas em relação ao futuro. O Índice da Situação Atual registrou queda de 0,3 ponto, chegando a 70,5 pontos, e o Índice de Expectativas avançou 3,5 pontos, atingindo 94,6 pontos.
No que diz respeito à situação das famílias, o indicador de situação financeira atual apresentou um recuo de 1,3 ponto, atingindo 64,1 pontos. Foi a maior queda desde dezembro de 2016.
Embora o nível de satisfação dos consumidores em relação à situação financeira familiar ainda esteja baixo e venha registrando quedas há dois meses, as expectativas em relação aos próximos meses voltou a melhorar e atinge 95,5 pontos – o maior nível desde outubro de 2014.
"Com melhores perspectivas sobre as finanças familiares, os consumidores também responderam de forma mais favorável ao quesito que mede o ímpeto por compras de bens duráveis, que exerceu a maior influência sobre o Índice de Confiança do Consumidor no mês, com alta de 7,4 pontos, para 78,5 pontos", esclarece a especialista da FGV. Em maio, o indicador recuperou a queda de 7,2 pontos apresentada em abril.
Faixas de renda
Nas famílias com renda mensal até R$ 2,1 mil e acima de R$ 9,6 mil, a confiança subiu, recuperando a queda ocorrida no mês anterior. Já as famílias com renda mensal entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil registraram novas perdas.
"Essa queda é consequência de uma piora da situação financeira familiar, que atingiu o menor nível já apresentado para este quesito entre todas as rendas: 40 pontos", comenta Viviane Bittencourt.
A edição de maio de 2017 coletou informações de 1970 domicílios entre os dias 2 e 20 de maio. A próxima divulgação da Sondagem do Consumidor ocorrerá em 26 de junho de 2017.
(com Agência Brasil).