Yuri Mello Mesquita, diretor do arquivo e dos museus e centros de referência da Fundação Municipal de Cultura, esclareceu que no dia 2 de maio, a PBH anunciou um investimento de R$ 1,3 milhão para reformas do Cine Santa Tereza – espaço que irá abrigar o acervo e os funcionários do MIS, com o objetivo de otimizar os equipamentos culturais, que ocupam hoje dois espaços distintos. Em conversa com a prefeitura, quando foram explicadas todas as especificidades técnicas do acervo, Mesquita afirma que "a garantia que nós tivemos é que, enquanto todos os critérios técnicos para a transferência do acervo não forem concluídos, independentemente do espaço que fosse destinado, ele não sairia daqui".
Por sua vez, Victor Louvisi, museólogo do MIS, denuncia que nenhum funcionário foi consultado acerca da decisão, que deve afetar todas as atividades do espaço. "Nós fomos pegos de surpresa. Existe todo um agendamento de escolas até o final do ano com ações educativas, que não foram levadas em consideração, sem contar que todas as melhorias conseguidas para este espaço foram construídas ao longo do tempo e com muita dificuldade", reclama o museólogo.
Sob o ponto de vista da vereadora Cida Falabella (Psol), qualquer mudança tem que ser precedida de debates entre os agentes envolvidos. "Na cultura, fechar uma janela sempre é muito penoso porque para conseguir abrir um espaço, são anos de luta", diz a parlamentar. Na mesma perspectiva, Arnaldo Godoy se mostrou preocupado com a segurança do acervo. Para ele, "o que foi construído com o trabalho dos servidores, da cidade e dos segmentos artísticos, de audiovisual e fotografia, sofrer uma desapropriação desta natureza traz grandes prejuízos para o setor".
Cine Santa Tereza
Questionada pelos parlamentares acerca da mudança para o novo espaço, Ana Amélia Martins, técnica de Programação do Cine Santa Tereza, informa que a decisão da PBH em unificar os espaços, sob a alegação de gerar economia e fomento para a capital, traz uma grande preocupação.
Para Martins, o Cine Santa Tereza também será afetado e sua programação será prejudicada. "Como não existe espaço suficiente, a gente considera que esta medida vai causar o fechamento de um equipamento cultural. Este processo, além de ter sido autoritário, ninguém planejou com a gente quais seriam estes impactos", argumenta a técnica.
(com Superintendência de Comunicação Institucional da CMBH).