"Ao ficar focada somente em evitar uma possível gravidez, a mulher pode vir a perder o real significado do sexo para ela, acabando por generalizar a relação de uma forma não saudável, por carregar a responsabilidade de evitar a gravidez sozinha, além de também impedir que a mulher chegue ao orgasmo por inúmeros motivos possíveis", afirma a especialista.
Uma grande parte das mulheres possui um pensamento machista que somente elas têm a responsabilidade de prevenir a gravidez indesejada, seja tomando pílulas ou usando qualquer outro tipo de contracepção.
Para a sexóloga, esse tipo de pensamento pode ser muito prejudicial ao relacionamento, pois pode trazer conflitos, justamente por não haver respeito em relação à diversidade e à individualidade de cada mulher.
Essa responsabilidade exagerada e o medo de engravidar podem gerar problemas psicológicos como crises de ansiedade, inferioridade e autovitimização, ao achar que aquilo que ocorre é de sua responsabilidade – não só ao evitar a gravidez. Além dos problemas sexuais e conjugais.
Uma boa notícia é que já existem estudos para a criação de um medicamento "contraceptivo" masculino, que já está em fase de testes. Esse tal "anticoncepcional masculino" é uma espécie de vasectomia reversível injetável.
Para a especialista, a aprovação desse método seria um grande avanço, pois deixaria de colocar a responsabilidade de uma gravidez indesejada como atribuição da mulher. "Ao ter outras opções, o homem passa a poder escolher junto da mulher o que é melhor para os dois como um casal", comenta Priscila Junqueira..