O paciente infectado, ao falar, espirrar e tossir, expele partículas com as bactérias no ar e outro indivíduo pode aspirar e se contaminar também. Por isso, a principal forma de contaminação acontece com pessoas que moram com o paciente ou que convivem com ele em ambientes fechados. De acordo com o professor Valdes Roberto Bollela, do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, em entrevista para a Rádio USP, a partícula pode ficar suspensa no ar por horas.
Tosse, febre, sudorese noturna, cansaço, fraqueza e perda de peso são alguns dos principais sintomas da doença, que é silenciosa e, por isso, o infectado pode demorar de duas semanas até quatro meses para procurar ajuda médica. "Com a demora, o risco de contaminação aumenta", lembra o pesquisador.
Bolella afirma que a doença afeta com maior frequência o pulmão, porque a bactéria se desenvolve melhor com o oxigênio e é nesse órgão que acontece as trocas gasosas. "Mas, em raros casos, da doença pode atingir também os gânglios, ossos, fígado, rins, útero e pode levar a meningite por tuberculose, nesses órgãos não há transmissão", esclarece o especialista.
O tratamento para a tuebrculose é feito em casa.
O professor Valdes Bollela alerta sobre a importância do uso correto dos remédios para a cura dessa grave doença. Ainda mais porque existem pacientes que que não têm condição de concluir o tratamento, por questões socioeconômicas, falta de apoio e até pelo uso do álcool. "Esse é o principal desafio para a erradicação da doença, já que o infectado volta a contaminar outros indivíduos", afirma o médico.
(com Rádio USP).