O MAP faz parte do Conjunto Moderno da Pampulha, que ganhou o título de Patrimônio Cultural da Humanidade em julho do ano passado, graças a título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Segundo o gestor do museu, Carlos Henrique Bicalho, há pelo menos 10 anos o MAP vem sofrendo com a falta de atualização de repasses de recursos e, "de um tempo pra cá, com cortes radicais do orçamento que chegam a 150%".
Dono de um acervo imensurável, o MAP possui hoje parte dele armazenado em um galpão pertencente à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e também no Mercado Distrital Santa Tereza, devido à falta de condições estruturais adequadas. Segundo Luciana Bonadio, técnica em conservação da Fundação Municipal de Cultura (FMC), existe uma obra de arte armazenada nestes espaços que foi completamente danificada e vai ter que ser incinerada. "Outras obras que também foram danificadas nestes espaços e são passíveis de reconstrução não poderão ser feitas porque faltam recursos", reclama a funcionária.
Perspectivas
Gustavo Mendicino, diretor do Conjunto Moderno da Pampulha, lembra que o MAP, referência em arte contemporânea no Brasil, vai completar 60 anos em 2017. "O museu está passando por um período entre exposições e, assim que a gente conseguir efetivá-las, bem como a programação dos 60 anos, vamos estar plenamente exercendo suas funções, usando o auditório e os espaços para eventos culturais e promovendo a visitação", afirma o diretor. Mendicino lembra que o processo de preservação e restauração é um trabalho diário e contínuo, e garante que os gestores culturais estão sempre em busca de soluções para que os trabalhos caminhem da melhor maneira possível.
Para o vereador Pedro Patrus, "é extremamente triste vermos que o único museu público de arte da nossa cidade está largado às traças. Depois da visita, ainda é mais urgente discutirmos sobre o problema do museu, um espaço que deu sustentação para tornar a região da Pampulha um Patrimônio da Humanidade".
Para tentar achar uma solução para o problema do museu, uma audiência pública será realizada pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo nesta segunda, dia 15 de maio.
(com Superintendência de Comunicação Institucional da CMBH).