Uma proposta (PL 4559/16) em debate na comissão estabelece um reajuste para bolsas de pesquisa e pós-graduação sempre em janeiro de cada ano, pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculada com base nos 12 meses anteriores. Atualmente, as bolsas estão sem aumento desde abril de 2013: são R$ 400 para alunos de iniciação científica; R$ 1.500 para mestrado; e R$ 2.200 para doutorado.
Segundo Andrea Gouveia, representante dos pesquisadores em educação, devido aos baixos valores das bolsas de estudo, futuros cientistas estão trocando a carreira acadêmica pelo mercado de trabalho. "Eu estou perdendo o jovem que se sujeita a um estágio mal remunerado, mas que garante um salário mínimo. Esse sujeito poderia integrar um grupo de pesquisa, fazendo sua graduação com excelência", diz a especialista.
Os representantes dos órgãos de incentivo à pesquisa – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) – reconheceram que a situação dos pós-graduandos é difícil. Segundo eles, houve uma expansão no número de bolsas nos últimos anos, sem aumento equivalente nos orçamentos das instituições.
O presidente substituto da Capes, Geraldo Nunes, já fez duas propostas ao governo federal para reajustar as bolsas, sem sucesso. Depois da audiência pública, ele deu uma má notícia aos estudantes: pelo menos até o ano que vem, não há chance de modificar os valores atuais. "A gente negociando a aprovação do PL 4559 ao longo de 2018, talvez o reajuste saia em 2019", comenta.
Atualmente, a Capes tem 121 mil bolsistas de mestrado e 102 mil de doutorado.
(com Agência Câmara Notícias).