O tecido muscular esquelético é constituído por células alongadas altamente organizadas, responsáveis pela contração muscular, que permitem, por exemplo, a locomoção, além de apresentar a capacidade plástica de adaptação às condições internas e ambientais. "Uma importante característica deste tecido é a capacidade de se reparar após lesão. Quando não regeneradas, as lesões podem levar à perda de massa muscular e à formação de tecido cicatricial , resultando em reparo incompleto", esclarece Phablo Abreu.
O ácido oleico é um ácido graxo monoinsaturado da família do ômega-9, enquanto o linoleico é um ácido graxo polinsaturado do ômega-6. Ambos são abundantes na dieta ocidental. "A dieta dos povos do Mediterrâneo é rica em óleo de oliva, que contém muito ácido oleico, e está associada à redução no risco de doenças cardiovasculares e diabetes. O ácido linoleico, abundante no óleo de girassol, por sua vez, é essencial para o desenvolvimento saudável dos seres humanos", comenta o pesquisador da USP.
O cientista lembra que existem poucos trabalhos envolvendo os ácidos graxos e a formação do tecido muscular (miogênese).
Na pesquisa, verificou-se que a suplementação com o ácido linoleico comprometeu a regeneração do músculo esquelético lesionado, causando redução da massa muscular, elevação de tecido fibroso e recuperação parcial da função contrátil. "Essa função é realizada por células especializadas chamadas fibras musculares, as quais se contraem sob estimulação, gerando movimento. O ácido oleico, por sua vez, atenuou o quadro de reparo incompleto, otimizando a capacidade regenerativa e a função contrátil do músculo lesionado", explica o pesquisador.
(com Jornal da USP).