Para chegar à conclusão, 900 homens com idade média de 19 anos foram divididos em seis grupos e receberam vacinas com diferentes quantidades do antígeno: a padrão e as reduzidas em cerca de três, nove, 50, 150 e 900 vezes.
O especialista afirma que a pesquisa da Fiocruz respalda a estratégia do governo de reduzir as doses para controlar o surto em caso de ocorrências em áreas densamente povoadas. Ele, no entanto, ressalta que ainda é necessário replicar o teste com crianças para verificar se a resposta também será positiva. "Iniciaremos esse trabalho provavelmente em 2018. Caso os achados se repitam, podemos cogitar usar doses reduzidas até mesmo na vacinação de rotina.
Mobilização
A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, alerta para a importância de se vacinar antes do Verão. "O vírus da febre amarela, assim como o da dengue, é mais incidente na estação, então é possível que ocorram novos casos. Por que esperar o problema acontecer se podemos nos proteger desde já, com bastante tranquilidade?", questiona Isabela.
O Brasil viveu de dezembro de 2016 a maio de 2017 o maior surto de febre amarela silvestre das últimas décadas. Houve 3.240 casos notificados, dos quais 792 foram confirmados, 1929 descartados e 519 ainda são investigados. Minas Gerais e Espírito Santo foram as unidades da federação mais afetadas. Para conter o avanço da doença, entre outras medidas, o Ministério da Saúde incluiu todo o estado do Rio de Janeiro na área com recomendação de vacinação permanente e indicou temporariamente a vacinação em alguns municípios da Bahia, Espírito Santo e São Paulo.
"As mudanças no mapa de recomendação mostram o quão dinâmico é o comportamento de um vírus como o da febre amarela. É extremamente importante manter a vacinação em dia e adotar estratégias para afastar os mosquitos, como a aplicação de repelentes, instalação de telas nas janelas e, principalmente, não deixar água parada", orienta a presidente da SBIm.
(com Agência Fiocruz).