O professor da USP conta que o sistema é fruto de uma combinação de projetos de iniciação científica de mais de 10 alunos de graduação que ele supervisionou. "Ele utiliza calhas coletoras da água da chuva nos beirais do telhado, sistema de filtração, cisterna subterrânea de 5 mil l para armazenamento e uma bomba elétrica para elevar a água até a caixa d'água do telhado. A partir daí, a água é distribuída para descarga nas privadas, e para várias torneiras no jardim, na lavanderia, entre outros pontos da casa. Dá até mesmo para encher a banheira com a água da chuva", esclarece Eduardo Simões.
O armazenamento da água da chuva é feito por uam espécie de cisterna: uma caixa d'água normal adaptada para ser enterrada, de modo a reduzir custos, e coberta por uma laje de alvenaria feita com material que sobrou da obra da casa. "Como chove muito no Verão, e pouco no Inverno, não é necessário uma capacidade maior do que 5 mil l no Verão e no Inverno.
Eduardo explica que a água da banheira, depois do banho, é utilizada para irrigação do jardim. Para isso, o ralo da banheira foi conectado diretamente aos sprinklers. "Isso consiste no duplo reuso da água da chuva. Porém, a cidade de São Carlos, onde fica a casa, possui um clima de cerrado e chove muito pouco durante o Inverno. Sendo assim, é preciso utilizar esses recursos com atenção e, por isso, o sistema inteligente de automação residencial é muito importante para economizar a água de irrigação do jardim", completa o docente do ICMC.
O sistema possui um computador central do modelo RaspberryPi, que tem tamanho muito reduzido, conectado a vários microcontroladores Arduino e uma câmera. "A câmera coleta imagens do gramado, que são analisadas por uma rede neural artificial embarcada, a qual detecta quais as regiões que precisam ser molhadas pela tonalidade do verde. Os Arduinos, espalhados em diversos pontos estratégicos do jardim, para coletar dados dos sensores de umidade e controlar os motores dos sprinklers, verificam a umidade e a decisão de irrigar ou não o gramado é tomada", explica Eduardo Simões.
(com Jornal da USP).