Para voltar a operar, a Samarco, que tem como acionistas as mineradoras Vale e BHP Billiton, ainda precisa de duas licenças ambientais junto à secretaria de estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais: uma de liberação da cava de Alegria do Sul, no município de Ouro Preto (MG), que a companhia pretende utilizar como depósito de rejeitos ao retomar suas operações; e a aprovação do Licenciamento Operacional Corretivo, determinado pelo governo do estado, para revalidação das licenças de todo o Complexo de Germano, suspensas desde outubro de 2016.
Contudo, mesmo após a obtenção dos documentos, a empresa calcula que precisará de, pelo menos, seis meses para realizar obras estruturais de engenharia para preparação da cava.
De acordo com estudo sobre o impacto financeiro da paralisação da mineradora em 2017 encomendado à Tendência Consultoria Integrada, com a revisão dos prazos para a mineradora voltar a operar, deixarão de ser arrecadados no próximo ano R$ 989 milhões em impostos federais, estaduais e municipais. Além disso, cerca de 20 mil vagas diretas e indiretas de emprego estão em risco.
Retorno
A Samarco pretende retomar as operações com 60% de sua capacidade produtiva. A cava de Alegria do Sul pode armazenar aproximadamente 17 milhões de m³ de rejeitos e não tem conexão física com o Complexo de Germano, ao qual pertencia a barragem do Fundão.
De acordo com a proposta, a estrutura seria utilizada por dois anos e, nesse período, a mineradora se encarregaria de apresentar alternativas para os anos posteriores. Ao dar o seu aval à mineradora, o Departamento Nacional de Produção Mineral considerou que "a solução proposta é extremamente segura".
A intenção da Samarco é produzir aproximadamente 36,7 milhões de toneladas de minério de ferro nos dois primeiros anos após a retomada.
(com Agência Brasil).