O estudo analisou 172 amostras orais e 1.996 amostras fecais. A conclusão foi de que indivíduos que sofrem de enxaqueca possuem diferentes quantidades de espécies bacterianas, comparado com os que não sofrem da patologia. Por ser uma doença neurológica, outra amostra da pesquisa constatou também que genes codificadores de nitratos, nitritos e óxido nítrico são encontrados em uma abundância significativa em portadores de enxaqueca.
Segundo a dentista e biomédica Cristina Gottlieb, da clínica The Dental Spa, os nitratos são substâncias no organismo muito associadas às causas da enxaqueca. "O que acontece é que as bactérias orais, quando entram em contato com os nitratos dos alimentos, os reduzem a nitritos, que, quando caem na corrente sanguínea, viram óxido nítrico.
Ainda de acordo com a dentista, pessoas que sofrem desse tipo de cefaleia, mesmo com boa saúde bucal, ainda podem vir a ter crises de enxaqueca, mas, a manutenção da boca livre de bactérias pode diminuir as chances consideravelmente. "Quando o indivíduo tem uma saúde bucal pobre, o problema duplica, pois são as bactérias orais que irão transformar o nitrato dos alimentos em óxido nítrico e aumentar as chances de uma crise. Mesmo com idas regulares ao dentista e seguindo as recomendações, se esta pessoa não cuidar da dieta e continuar consumindo alimentos que contenham nitrato, o problema persistirá. Em menor escala, mas persistirá", afirma Cristina Gottlieb.
A especialista lembra que alimentos como linguiça, salsicha, presunto, salame e bacon, além de alguns queijos e vegetais, possuem alta concentração de nitrato. "Utilizar enxaguantes bucais e ter uma boa escovação, são ótimas formas de diminuir as bactérias da boca. Porém, outras bactérias podem ser originadas em placas, gengivites, cáries e outros problemas bucais. Então, consultar com um dentista regularmente também é muito importante", conclui a biomédica..