Até então, a ideia era de que corpos celestes orbitando estrelas parecidas com nosso Sol, na distância certa, teriam chance de conter algum ser vivo. Porém, de acordo com a France-Presse, ume studo publicado na revista científica Nature Geoscience mostra que isso é mais improvável do que se imagina.
O pesquisador Jun Yang, da Universidade de Pequim, na China, juntamente com sua equipe de cientistas, analisaram modelos climáticos para simular a evolução natural de planetas gelados como a Terra há bilhões de anos. O problema é que sem os gases responsáveis pelo efeito estufa (monóxido e dióxido de carbono) na atmosfera, como se viu em nosso passado, a energia que seria preciso para descongelar todo o planeta seria tão alta que, ao invés de chegar à fase habitável, ele acabaria extremamente quente.
"Descobrimos que os fluxos estelares necessários para superar o estado inicial de 'bola de neve' de um planeta são tão grandes que levam a uma perda significativa de água e impedem que o planeta seja habitável", diz o artigo que acompanha o estudo.
De acordo com os pesquisadores chineses, muitos corpos gelados espalhados no universo podem, portanto, nunca passar para o estado habitável, como o da Terra.
Exemplos de astros que se encontram nessa situação são as luas Europa, de Júpiter, e Encélado, de Saturno. Elas deverão passar de bolas de gelo para planetas fumegantes quando o Sol atingir sua fase de estrela gigante vermelha, daqui a bilhões de anos, informa a equipe de Jun Yang.
Os cientistas lembram que a Terra é um exemplo de mundo congelado que passou por um degelo adequado, há cerca de 600 a 800 milhões de anos. Isto graças aos gases do efeito estufa emitidos por erupções vulcânicas enquanto ainda éramos uma "bola de neve"..