Com estádio próprio, o Galo poderá aproveitar 100% de todas as receitas da nova arena: bilheteria, estacionamento, camarotes e venda de comida e bebida.
Torcedores cativos
A torcida também terá a chance de ajudar na construção. Cerca de 4,7 mil cadeiras cativas serão comercializadas ao custo de R$ 25 mil cada uma. A compra dará ao torcedor direito de ir ao estádio em partidas de futebol durante 15 anos. "Caso não consigamos vender, o que acredito que não irá acontecer, o BMG já deu a garantia de arcar com 60% das cativas", revela Pedro Tavares. Mas, o torcedor alvinegro já demonstrou sua força. Ele é o responsável pela maior venda de ingressos da história do futebol brasileiro. A decisão da Taça Libertadores, em 2013, contra o Olímpia, no estádio do Mineirão, rendeu, além do inédito título continental, mais de R$ 14 milhões.
De casa nova, o clube pode ainda se aproveitar da mística de jogar em seu próprio campo. Esta vantagem foi experimentada por algum tempo no Independência – estádio construído pelo América-MG.
Exemplo italiano
Na verdade, o exemplo que o Atlético quer seguir é o de outro clube alvinegro, o Juventus, da Itália, que inaugurou sua nova casa em 2011. O estádio custou 122 milhões de euros, o equivalente a R$ 418,5 milhões. Foi barato, se comparado aos estádios construídos ou reformados para a Copa do Mundo de 2014: custou menos do que 11 das 12 arenas que sediaram o torneio da Fifa no Brasil. As receitas do Juventus se multiplicaram e, por seis vezes consecutivas, o time foi campeão italiano.
Para o arquiteto Bernardo FarkasVölgyi, responsável pelo projeto da arena do Galo, ela será uma das mais modernas do país. "Será mais rentável que um shopping inteiro", comenta o arquiteto, que também é torcedor do Atlético.
Para desenhar a fachada do estádio, FarkasVölgyi se inspirou na torcida do Galo dos anos 1970, que esticava faixas com as cores do clube nas arquibancadas do Mineirão.
No próximo dia 18 de setembro, os atleticanos estarão na torcida para que os conselheiros digam "sim".
O que dizem alguns conselheiros:
- Rubens Menin, fundador da MRV: "Sou favorável ao projeto. Vai mudar a vida do Atlético. Não conheço grandes times que não tenham o estádio próprio. É um sonho antigo nosso que se viabilizou por esforço de muita gente. A oposição é cada vez menor. Isso já está liquidado"
- Emir Cadar, ex-presidente do Conselho Deliberativo: "É a grande chance de termos um estádio próprio. Respeito a opinião dos opositores, mas o momento é este"
- Alberto Pinto Coelho, ex-governador de Minas Gerais: "A arena própria do Galo poderá, além de proporcionar aumento das receitas de patrocinadores e ampliar os negócios, trazer mais serviços ao torcedor atleticano e mais identidade, principalmente para os torcedores mais jovens"
- Alexandre Kalil, prefeito de BH e ex-presidente do Galo: "Temos hoje um clube que quer avançar. Se a oposição tiver maior número que vote e anule o estádio. Se não, vamos caminhar para o futuro"