Apesar de os homens também serem atingidos, a população feminina tem maior predisposição, o que é explicado pelas diferenças anatômicas entre os gêneros. "Nas mulheres, o canal da uretra, por onde sai a urina, mede cerca de 5 cm, enquanto nos homens, ele pode chegar a 22 cm", diz a ginecologista Daniela Gouveia.
Essa diferença faz com que as bactérias percorram um caminho muito mais curto para alcançar a bexiga das mulheres, causando cistite, forma pela qual as infecções do trato urinário são conhecidas.
Os principais sintomas do problema são sensação de ardência ao urinar e dor em baixo ventre; urinar em pequenas quantidades e várias vezes ao dia; alteração na cor, que pode se tornar escura, turva ou rosada devido à presença de sangue, além de apresentar forte odor.
A bactéria Escherichia coli (E. coli) é a principal causadora da cistite. Recentemente, este micro-organismo foi incluído na lista da Organização Mundial de Saúde (OMS) que traz os agentes patogênicos prioritários resistentes a antibióticos. Responsável por 80% das infecções urinárias em adultos, segundo estudos brasileiros e internacionais, a E. coli é considerada o principal agente causador deste tipo de doença.
Cranberry: aliado contra as cistites
Embora os antibióticos sejam necessários para o tratamento desse tipo de infecção, principalmente em casos mais complicados, eles devem ser utilizados apenas sob recomendação médica. Ultimamente, os profissionais da Medicina estão buscando tratamentos alternativos para tentar evitar o uso abusivo desse tipo de medicamento.
Como mostra a médica Daniela Gouveia, a melhor maneira de lidar com essas infecções é a prevenção.
Uma alternativa no tratamento das cistites é o extrato de cranberry ou oxicoco. Nativa da América do Norte, a pequena fruta possui proantocianidinas do tipo A, substâncias únicas na natureza com grande potencial antioxidante e reconhecidas pelas propriedades antiadesivas, que evitam a fixação de bactérias nas paredes do trato urinário e bloqueiam a capacidade de infectar a mucosa desta região.
"Esse mecanismo de ação tem se mostrado eficaz como coadjuvante do antibiótico, potencializando a sua ação, e principalmente como primeira opção na prevenção das infecções urinárias recorrentes, em que já não se tem sucesso com o tratamento convencional", afirma Daniela..