Revista Encontro

Economia

Segundo Ipea, mercado de trabalho dá sinais de melhora no Brasil

Apesar de não termos muitas contratações, as demissões reduziram bastante

Encontro Digital
Um documento divulgado na quinta, dia 14 de setembro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), sinaliza o surgimento de novo ânimo no mercado de trabalho, ou seja, evidencia que está começando a ocorrer uma reversão do cenário negativo no setor.
A economista do Ipea, Maria Andréia Parente, observa que o cenário do mercado de trabalho, que vinha piorando, deu uma "estacionada" há dois meses e, agora, no segundo trimestre, começou a dar sinais de que está se recuperando.

"De forma agregada, a gente viu uma taxa de desocupação caindo, combinando com um aumento da ocupação, porque, até então, você tinha a ocupação começando a cair menos", comenta a especialista. Já no último trimestre, até julho, apesar de a ocupação mostrar variação pequena (%2b0,2%), esta é a primeira variação positiva em dois anos, destaca Andréia. "Então, já é um sinal", completa.

Como mostra o Ipea, o aumento da ocupação está ocorrendo no mercado informal. Mas, quando se analisa o mercado formal, com carteira assinada, há indicativos de que o quadro também está melhor. Segundo a economista, uma prova disso é a redução do ritmo de demissões. "O mercado formal já está demitindo menos. Ele ainda não contrata no agregado.
A população ocupada dele ainda está caindo, mas ele está reduzindo o ritmo de demissão", diz Andréia Parente. A taxa de desemprego registrada no trimestre encerrado em julho teve queda de 12,8%.

A economista salienta que outro sinal positivo do mercado formal é dado pelo rendimento. A análise dos ganhos dos trabalhadores mostra que está no mercado formal a maior alta de rendimentos (3,6%).

Desemprego

A representante do Ipea afirma que o desemprego teve melhora em todas as regiões brasileiras. Ao analisar os dados, verifica-se um comportamento difuso. No sudeste, por exemplo, o desemprego é relativamente alto porque está "contaminado" pelo Rio de Janeiro. "Você vê que ele cai em todas as regiões, mas, dentro de cada região, existem alguns comportamentos difusos. O Rio de Janeiro é um dos poucos estados que não conseguem reduzir a taxa de desemprego. Pelo contrário. A cada trimestre, uma nova alta no desemprego", comenta Andréia. A taxa de desemprego no Rio de Janeiro passou de 14,5% para 15,7%.

De modo geral, o Ipea aponta que o desemprego recuou no país em termos de região, gênero e escolaridade. Entre os mais jovens, a taxa de desocupação também recuou. Entretanto, mesmo recuando, a taxa de desocupação entre os trabalhadores jovens é a mais alta de todos os grupos, segundo a economista. Essa parcela da população tem mais dificuldade para sair do desemprego e conseguir uma nova colocação no mercado.
"E esse percentual tem aumentado", pontua a especialista.

(com Agência Brasil).