"É um dos mais avançados estudos para a oferta de uma futura vacina contra a doença para proteger mulheres e crianças da microcefalia e outras alterações neurológicas causadas pelo vírus", informa o Ministério da Saúde.
Os dados do estudo da Fiocruz foram publicados nesta sexta-feira, dia 22 de setembro, pela revista Nature Communications.
Os testes pré-clínicos foram realizados simultaneamente nos Estados Unidos, no Instituto Nacional de Saúde, na Universidade do Texas e na Universidade Washington – todos os órgãos americanos são parceiros da pesquisa.
O estudo obteve sucesso em seu objetivo, que é impedir que o zika vírus cause microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central tanto nos camundongos quanto nos macacos. Já os testes em humanos devem ser realizados, a partir de 2019, na Fiocruz do Rio de Janeiro.
Do grupo controle que não tomou a vacina, as fêmeas de camundongos tiveram aborto por conta da transmissão da zika ou seus filhotes nasceram com microcefalia e outras alterações neurológicas.
Esterilidade
Além das fêmeas, foram feitos testes em camundongos machos. Um dos achados científicos inéditos é que o zika vírus pode ser capaz de causar esterilidade. A infecção nos animais reduziu consideravelmente a quantidade de espermatozoides, a mobilidade deles (ficaram praticamente imóveis) e o tamanho dos testículos (atrofia). Esses testes não foram realizados nos macacos.
No entanto, segundo o Ministério da Saúde, não é possível afirmar que o efeito também se aplique aos seres humanos e são necessários mais estudos para entender a dimensão desses problemas. Os testes da vacina, entretanto, também tiveram sucesso na proteção dos camundongos machos.
O ministério vai destinar um total de R$ 7 milhões até 2021 para o desenvolvimento e produção da vacina. O imunizante em desenvolvimento utiliza a tecnologia de vírus vivo atenuado de apenas uma dose, capaz de estimular o sistema imunológico e proteger o organismo da infecção.
(com Agência Brasil).