O trabalho da Embrapa permitiu, entre várias outras aplicações, relacionar os municípios com maior densidade populacional urbana, lista que é encabeçada pela cidade de Nilópolis, na baixada fluminense, no Rio de Janeiro. Seus 158.309 habitantes ocupam menos de 10 km², resultando em mais de 16 mil habitantes por km². Entre as cidades com mais de 200 mil habitantes, Diadema, na Grande São Paulo, é a que apresenta a área urbana mais densamente povoada, com média de 13.875 moradores por km². Na comparação entre unidades da federação, o estado de Alagoas é o que apresenta maior densidade demográfica urbana, com 4.880 pessoas por km². No extremo oposto está Tocantins, cujas áreas urbanas abrigam, em média, 1.538 habitantes por km². São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília lideram, nessa ordem, a lista dos municípios de maior área urbana do país.
Segundo a Embrapa, os resultados possuem várias aplicações práticas, como subsidiar políticas públicas, estudos demográficos, projetos de desenvolvimento urbano e investimentos em infraestrutura e logística. "Os municípios com maior densidade populacional nas cidades, por exemplo, costumam apresentar maiores desafios para a gestão pública e exigir mais demandas e serviços públicos", comenta o geógrafo André Rodrigo Farias, analista da Embrapa e principal autor do trabalho.
Um dos maiores desafios da equipe para a realização do mapeamento foi definir conceitualmente área urbana e área rural. Em seus estudos demográficos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) utiliza a delimitação legal que cada município determina para estabelecer seu perímetro urbano e suas áreas rurais. "Nessa classificação, é muito comum áreas tipicamente urbanas com grande densidade de construções serem catalogadas como rurais e vice-versa", explica André Farias. As razões para isso são várias como, por exemplo, a necessidade de atualização da legislação municipal para que acompanhe a dinâmica de ocupação do solo.
De acordo com o especialista, muitas áreas determinadas legalmente pelos municípios diferem, em maior ou menor grau, daquelas observadas no levantamento feito pela Embrapa, o que justifica a diferença em relação aos dados do IBGE. "Nesse estudo, o objetivo era mapear as áreas urbanas da forma mais exata possível por meio de imagens de satélite de alta resolução, reconhecendo, para isso, concentrações visíveis de edificações, loteamentos e arruamentos", esclarece o geógrafo.
(com Agência Embrapa).