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Vigilância de morcegos ajuda a evitar um surto de raiva

Em Belo Horizonte, a doença, que afeta animais e pessoas, está sem registro de casos desde 1989

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Apesar de serem chamados de "sugadores de sangue" e considerados perigosos pelo imaginário popular, os morcegos, em condições saudáveis, não representam risco de ataque ao homem e a outros animais.
Das 150 espécies conhecidas no Brasil, apenas três alimentam-se de sangue de outros animais, ou seja, são hematófagas – geralmente são encontradas apenas em áreas rurais.

As espécies mais comuns que habitam os centros urbanos consomem frutas, sementes, néctar, pólen e insetos. Além de equilibrar o ecossistema, os morcegos têm um papel importante dentro da vigilância epidemiológica de territórios. Isso porque o monitoramento do animal pode ajudar a identificar a circulação do vírus da raiva nas cidades.

Em Belo Horizonte, os morcegos são monitorados pelo Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e pelas gerências de epidemiologia das regionais. A análise é feita apenas nos animais identificados com comportamento anormal, ou seja, que estejam caídos no chão, vivos ou mortos; dependurados no meio da parede ou em troncos de árvores e janelas, em locais de baixa altura; ou que estejam voando durante o dia. Neste ano, até o mês de setembro, nove animais apresentaram resultado positivo para raiva, segundo a PBH.

Como explica a bióloga Érica Munhoz de Mello, responsável pelo Laboratório de Morcegos Urbanos da Zoonoses, mesmo com que o número de ocorrências seja pequeno, o trabalho de vigilância é extremamente importante. "É justamente este monitoramento que irá identificar em quais locais as equipes precisam atuar e, assim, diminuir as chances de transmissão da doença", comenta a especialista.

Em Belo Horizonte, a raiva está controlada e não há casos humanos desde 1984 e caninos desde 1989 – mesmo assim, as ações de prevenção devem ser mantidas, como a vacinação anual de cães e gatos.

Recolhimento de morcegos

Em caso de identificação de um morcego com comportamento anormal, a população deve acionar imediatamente a Zoonoses. Uma equipe será enviada ao local para fazer o recolhimento de forma adequada.
"Além disso, são tomadas medidas de prevenção no raio de 300 m, para evitar possíveis intercorrências. Inicia-se a orientação da população quanto aos cuidados para evitar a presença dos morcegos nas residências e a verificação vacinal dos animais domésticos", explica Érica Melo.

Para recolhimento de morcegos, os telefones do Centro de Controle de Zoonoses são: (31) 3277-7411/7413.

(com portal da PBH).