Comportamento semelhante foi registrado na taxa de subutilização, indicador que agrega a taxa de desocupação, de subocupação por insuficiência de horas (menos de 40 horas semanais) e a força de trabalho potencial.
Para o total de trabalhadores brasileiros, o índice fechou o terceiro trimestre em 23,9%. Entre a população de pretos ou pardos, a taxa saltou para 28,3%, enquanto entre os brancos ela ficou em 18,5%. Do total de 26,8 milhões de subutilizados, 65,8%, eram pessoas pretas ou pardas.
Ainda segundo a pesquisa feita no terceiro trimestre de 2017, 54,9% da população brasileira de 14 anos ou mais são de pessoas pretas ou pardas. Além disso, elas representam 53% dos trabalhadores ocupados. O rendimento dos trabalhadores brancos foi de R$ 2.757 no período e o de trabalhadores pretos e pardos, de R$1.531.
Em relação ao percentual de empregados do setor privado com carteira assinada, no fechamento do terceiro trimestre do ano, o dado de pretos ou pardos chegava a 71,3%, que é mais baixo do que o observado para o total do setor (75,3%). Dos 23,2 milhões de empregados pretos ou pardos do setor privado, somente 16,6 milhões tinham carteira de trabalho assinada.
Na avaliação de Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, indicadores como esses revelam o tamanho da desigual do mercado de trabalho no país.
Para ele, esses números são resultados de um processo histórico, que vem desde a época da colonização. "Claro que se avançou muito, mais ainda tem que se avançar bastante, no sentido de dar a população de cor preta ou parda igualdade em relação ao que temos hoje na população de cor branca', diz Cimar Azevedo.
(com Agência Brasil).