Os sintomas da sífilis são feridas na região genital e, na segunda fase, manchas na pele, principalmente na palma da mão, na planta dos pés e no abdômen, e olhos amarelados. Se não for diagnosticada e tratada devidamente, pode causar lesões irreversíveis nos ossos, no coração, no cérebro e levar até à morte. Existe também a sífilis congênita, transmitida de mãe para filho, durante a gestação.
"Nas unidades básicas de saúde, os médicos de família têm percebido aumento nos casos diagnosticados de sífilis, principalmente na população mais jovem, que está em fase de iniciação sexual. Muitas vezes, o motivo da consulta é por algum sintoma da doença, mas o paciente não tem nenhuma suspeita de que seja sífilis. A partir da conversa entre médico e paciente, o profissional busca evidências para o diagnóstico", esclarece o médico de família Rodrigo Lima, diretor de Comunicação da SBMFC.
Segundo o Ministério da Saúde, que ainda não possui dados referentes a 2016 e 2017, nos últimos cinco anos, o número de casos de sífilis aumentou cinco mil porcento, passando de 1.249 doentes em 2010 para 65.878 em 2015.
A SBMFC afirma que as causas para esse número variam desde o aumento do número de pessoas que não usam preservativo, até a falta de preparo de profissionais que desconhecem os sintomas da doença. Além disso, a entidade lembra que a ausência de política pública direcionada à educação sexual nas escolas também afeta a disseminação do problema.
Diagnóstico e tratamento
Atualmente, a maioria dos casos de sífilis é diagnosticada por meio de testes rápidos, que podem ser feitos durante as consultas, e que permitem até a descoberta da doença em pessoas que ainda não tiveram a manifestação dos sintomas. E quando há dúvidas com o resultado desse tipo de teste, conforme a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, o exame de sangue é o mais indicado para confirmação e, eventualmente, quando se tem paciente com lesão e os exames não ajudam a efetivar o diagnóstico, é feita a biópsia da ferida.
O médico Rodrigo Lima lembra que a melhor forma de prevenir a doença é conscientizando as pessoas, em especial os jovens, sobre os problemas que a sífilis pode proporcionar à saúde.