O médico explica que, nos casos em que acomete o sistema cardíaco, o vírus pode provocar, eventualmente, miocardite (inflamação do músculo cardíaco), seguida por quadros súbitos de insuficiência cardíaca. Além disso, a doença pode afetar terminações nervosas do coração e desencadear arritmias. "Por isso, os moradores das áreas de maior risco de contágio da doença, devem ficar atentos e procurar auxílio médico o quanto antes, caso apresentem sintomas de alguma destas complicações. Quanto antes o socorro chegar, maiores são as chances de evitar eventos fatais ou mesmo sequelas que possam comprometer o funcionamento do coração no futuro", afirma o imunologista, lembrando que, em casos de distúrbios cardíacos motivados pela febre amarela, o paciente deve ser prontamente levado a um serviço de emergência com suporte cardiológico avançado que possa tratar arritmias ou uma eventual falência cardíaca.
Sintomas
De acordo com Dewton Vasconcelos, os sintomas mais comuns de problemas cardíacos relacionados à febre amarela são: fraqueza, escurecimento súbito da visão, cansaço, perda de força, desmaios repentinos ou problemas relacionados ao sono provocados por dispneias (dificuldades para respirar), como a ortopneia – faz com que o indivíduo precise elevar bastante a cabeça ou mesmo ficar sentado para conseguir respirar, enquanto dorme.
Tratamento
Transmitida em nosso meio pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus ou Sabethes, encontrado em ambientes silvestres ou rurais, e Aedes aegypti ou A. albopictus, nas regiões urbanas, a febre amarela não conta com tratamento específico. Até que ela deixe o organismo, tratam-se apenas eventuais complicações ou os sintomas da doença em si – entre os quais estão febre; dor de cabeça; perda de apetite; náuseas; vômito; olhos, rosto e língua avermelhados; fotofobia; fadiga e fraqueza; além de dores musculares em todo o corpo, principalmente, nas costas.
Prevenção
Se o tratamento é limitado, a prevenção da febre amarela oferece mais possibilidades. Basicamente, pode ser feita por meio de vacinas e do combate aos vetores de transmissão da doença. "No caso da vacinação, a recomendação é, além de cumprirmos com as determinações do Ministério da Saúde, quanto às doses por idade, sempre assegurar que idosos acima dos 60 anos, nunca antes vacinados, gestantes e lactantes passem por uma avaliação médica antes de receber a vacina. Viajantes para áreas endêmicas também devem ser vacinados. Além disso, todas as pessoas que trabalham em laboratórios que manejam o vírus da febre amarela, indivíduos infectados pelo HIV ou mulheres que estavam grávidas quando tomaram a primeira dose da vacina devem ser vacinados também, antes da próxima viagem a locais de risco de exposição à doença", esclarece Dewon Vasconcelos.
Já em relação ao combate aos mosquitos transmissores da febre amarela, a dica é sempre utilizar repelente em zonas rurais ou de mata, além de seguir à risca todas as medidas de controle ao Aedes aegypti, amplamente divulgadas pela mídia – como evitar acúmulo de água em recipientes ou espaços da casa; instalar telas em portas e janelas; além de utilizar inseticidas e larvicidas em locais como ralos, vasos para plantas ou vasos sanitários..