O LIRa analisou dados de 3.946 cidades, entre o início de outubro e a primeira quinzena de novembro. O número é considerado recorde e decorre da resolução da Comissão Tripartite, que tornou obrigatória, no início deste ano, a disponibilização das informações.
Cerca de 1,6 mil municípios não realizaram ou não informaram o índice de infestação. Caso isso não seja feito até o dia 14 de dezembro, quando será publicado o relatório final, as cidades serão penalizadas com a suspensão da segunda parcela do Piso Variável de Vigilância em Saúde, conforme pactuado na comissão.
Regiões
Em relação às regiões, o nordeste foi a que registrou o maior número de municípios em situação de alerta: 41% dos que enviaram as informações.
Em relação às capitais, estão em situação satisfatória Macapá, Fortaleza, Goiânia, Belo Horizonte, João Pessoa, Teresina, Curitiba, Rio de Janeiro e Palmas. As que estão em alerta são: Maceió, Manaus, Salvador, Vitória, Recife, Natal, Porto Velho, Aracaju e São Luís. As demais, inclusive a capital federal, Brasília, ainda não enviaram as informações.
Mobilização
Para que os alertas não se transformem em problemas reais, sobretudo ao longo do verão que se aproxima, Ricardo Barros convoca a população a cooperar. "Trata-se de mobilização e só se resolve o combate ao mosquito se cada um assumir a sua responsabilidade. Não há força pública capaz de eliminar todos os focos. A sociedade tem que assumir a responsabilidade e fazer o seu trabalho", diz o ministro.
Ele alerta que "nós estamos convocando a população para cuidar da eliminação dos focos e incorporar a sexta-feira sem mosquito", dedicando parte deste dia ao combate. "O ciclo de vida do mosquito é de uma semana. Se nós trabalharmos com determinação, nós vamos reduzir o número de mosquitos e a infestação", acrescenta Barros.
Menos doenças
Para Márcio Garcia, diretor do departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis, a mobilização da população tem gerado conquistas. Ele apresentou dados que apontam taxas expressivas de diminuição. No caso da dengue, entre 2016 e a primeira quinzena de 2017, houve queda de 83,7%.
O cenário da chikungunya também não é o mesmo. O número de casos caiu 32%. No nordeste, ainda é alta a incidência. A região concentra 76% de todas as ocorrências contabilizadas pelo órgão.
A zika também tem afetado menos a população, o que, segundo Garcia, corrobora com a possibilidade de se encerrar a situação de emergência decretada no início de 2016. Houve queda de 92,1%, entre 2016 e 2017.
Devido à grande incidência nos anos anteriores e ao desenvolvimento de microcefalia, cerca de 3 mil crianças acometidas pela doença têm recebido Benefício de Prestação Continuada. Para que elas recebam estímulos precocemente, foram instalados centros de reabilitação e qualificados profissionais em todo o Brasil.
(com Agência Brasil).