A médica entende a dificuldade dos pais em fazer esse acompanhamento ao longo do ano, mas, ressalta que, mesmo que pai e mãe trabalhem fora, devem encontrar uma forma de ajudar as crianças com as tarefas escolares. "Atualmente, vemos que muitos pais delegam toda a responsabilidade para a escola e não acompanham o dia a dia dos filhos, talvez por falta de tempo. Mas, é preciso estipular uma rotina para a criança, pois a pressão de final de ano ocorre porque deixaram tudo para a última hora", comenta Maria Isa Pereira.
Para a pediatra, tentar recuperar tudo nos últimos meses é quase inviável, pois não há tempo hábil para rever toda a matéria já vista. Ainda assim, ela indica algumas atitudes que podem ajudar a criança nesse momento difícil. "Tem de ter rotina, estipular horário para estudar. Limitar em duas horas o acesso ao computador, ao videogame, ao celular e à televisão, que é orientação da Organização Mundial da Saúde, e procurar aulas de reforço certamente podem ajudar", afirma a médica.
Ela lembra que todas as escolas oferecem aulas de reforço desde o início do ano.
Em alguns casos, é preciso ir mais fundo na avaliação para descobrir se existe algum problema que esteja atrapalhando o desenvolvimento da criança. "É muito difícil para os filhos e para os pais aceitarem que existe realmente um problema de saúde que explique o mau desempenho na escola. Mas, o pediatra tem de ter sensibilidade para descobrir se o aluno é apenas relapso ou se existe motivos mais complicados para as notas ruins", diz Maria Isa.
Se o professor ou o médico percebem que há algo errado com a criança, deve indicar tratamentos com psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos ou outros profissionais que possam ajudar nesse momento..