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Brasil

IBGE mostra que 50 milhões de brasileiros são considerados pobres

O principal índice que representa a miséria no país é o salário dessa parcela da população: R$ 387

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Segundo dados divulgados nesta sexta, dia 15 de dezembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que fazem parte da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2017, aproximadamente 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, vivem na linha de pobreza e têm renda familiar equivalente a R$ 387,07 – ou US$ 5,5 por dia, valor adotado pelo Banco Mundial para definir se uma pessoa é pobre.

Ainda segundo o IBGE, o maior índice de pobreza foi registrado na região nordeste do Brasil, onde 43,5% da população se enquadram nessa situação e, a menor, no sul: 12,3%.

A situação é ainda mais grave se levadas em conta as estatísticas do IBGE envolvendo crianças de até 14 anos de idade.
No país, 42% das crianças nesta faixa etária se enquadram na pobreza e sobrevivem com apenas US$ 5,5 por dia.

Além disso, a pesquisa de indicadores sociais revela uma dura realidade no Brasil: em nosso país, a desigualdade é gritante se dá em todos os níveis. Seja por diferentes regiões do país, por gênero – as mulheres ganham, em geral, bem menos que os homens mesmo exercendo as mesmas funções –, seja por raça ou cor: os trabalhadores pretos ou pardos respondem pelo maior número de desempregados, têm menor escolaridade, ganham menos, moram mal e começam a trabalhar bem mais cedo exatamente por ter menor nível de escolaridade.

Vivemos num país em que a renda per capita dos 20% que ganham mais, cerca de R$ 4,5 mil por mês, chega a ser mais de 18 vezes o rendimento médio dos que ganham menos e com menores rendimentos por pessoa – cerca de R$ 243.

Escolaridade

Os dados do IBGE indicam que, quanto menos escolaridade, mais cedo o jovem ingressa no mercado de trabalho. A pesquisa revela ainda que 39,6% dos trabalhadores ingressam no mercado de trabalho com até 14 anos.

Para os analistas, "a idade em que o trabalhador começou a trabalhar é um fator que está fortemente relacionado às características de sua inserção no mercado de trabalho, pois influencia tanto na sua trajetória educacional – já que a entrada precoce no mercado pode inibir a sua formação escolar – quanto na obtenção de rendimentos mais elevados".

Ao mesmo tempo em que revela que 39,6% dos trabalhadores ingressaram no mercado com até 14 anos, o levantamento indica também que este percentual cresce para o grupo de trabalhadores que tinha somente até o ensino fundamental incompleto, chegando a atingir 62,1% do total, enquanto que, para os que têm nível superior completo, o percentual despenca para 19,6%.

Não trabalham nem estudam

O percentual de jovens que não trabalham nem estudam aumentou 3,1 pontos percentuais entre 2014 e 2016, passando de 22,7% para 25,8%. Dados da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2017 indicam que, no período, cresceu o percentual de jovens que só estudavam, mas diminuiu o de jovens que estudavam e estavam ocupados e também o de jovens que só estavam ocupados.

O fenômeno ocorreu em todas as regiões do Brasil. No norte, o percentual de jovens nessa situação passou de 25,3% para 28,0%. No nordeste, de 27,7% para 32,2%. No sudeste, de 20,8% para 24,0%.
No sul, de 17,0% para 18,7%; e no centro-oeste, de 19,8% para 22,2%.

Pobreza no nordeste

Quando se avalia os níveis de pobreza no país por estados e capitais, ganham destaque – do ponto de vista negativo – as regiões norte e nordeste com os maiores valores sendo observados no Maranhão (52,4% da população), Amazonas (49,2%) e Alagoas (47,4%).

Em todos os casos, a pobreza tem maior incidência nos domicílios do interior do país do que nas capitais, o que está alinhado com a realidade global, onde 80% da pobreza se concentram em áreas rurais.

Ainda utilizando os parâmetros estabelecidos pelo Banco Mundial, chega-se à constatação de que, no mundo, 50% dos pobres têm até 18 anos, com a pobreza monetária atingindo mais fortemente crianças e jovens – 17,8 milhões de crianças e adolescentes de até 14 anos, ou 42 em cada 100 crianças.

(com Agência Brasil).