"Estamos muito animados por conseguirmos encontrar tantos vestígios da estadia de pessoas na parte sul da floresta.
Os arqueólogos encontraram na bacia do Alto Tapajós, no noroeste do Mato Grosso, vestígios do uso de carvão e de cerâmica numa área de 1,8 mil km² no sudoeste amazônico. A estimativa é que a população antiga tenha vivido em vilas nessa região entre os anos 1.000 e 1.500. Os especialistas acreditam que muitos outros sítios arqueológicos ainda devem ser achados – a pesquisa britânica descobriu 81 locais com presença humana.
As terras ao sul da Amazônia, como frisam os cientistas, há muito tempo são consideradas reserva natural e nunca teriam sido habitadas de forma permanente. Porém, agora, a ideia é que tribos indígenas tenham preferido viver nas várzeas e não nas margens dos rios, para conseguirem mais comida e recursos naturais.
Recentemente, arqueólogos já haviam encontrado na fronteira entre Brasil e Colômbia alguns canais, grandes geoglifos (marcas no solo) e vários outros vestígios que indicam a presença de seres humanos em partes da floresta amazônica que eram consideradas "desertas".
José Iriarte e seus colegas acreditam que no sul da Amazônia havia pelo menos 1,3 mil povoados indígenas. O número total de habitantes poderia exceder um milhão. Escavações futuras, de acordo com arqueólogos, ajudarão a desvendar a história amazônica.
(com Agência Sputnik).