"O teste sorológico para detecção de anticorpos do tipo imunoglobulina G, que são aqueles que permanecem no organismo durante muitos anos após a infecção, está em fase final de desenvolvimento", comenta Danielle Bruna Leal de Oliveira, pesquisadora do ICB-USP e coordenadora do projeto.
Segundo a cientista, os exames atuais para o diagnóstico da zika só funcionam na fase aguda de infecção. "Os testes sorológicos hoje no mercado têm especificidade entre 69% e 75%, ou seja, há pelo menos 25% de chance de o resultado ser falso positivo caso o paciente já tenha sido infectado pelo vírus da dengue no passado. Já o nosso teste tem especificidade de 93% para a zika", diz a pesquisadora.
Ainda conforme Danielle Oliveira, uma das dificuldades para detecção desse vírus se deve à proteína usada no exame, que é muito parecida com a existente nas infecções causadas pela dengue e pela febre amarela, entre outras. "Para resolver esse problema, nós usamos uma versão editada da proteína, ou seja, foi selecionado apenas o trecho da molécula que é mais específico para o zika vírus".
O resultado do novo diagnóstico pode demorar até três horas para ser efetivado. "Mas, estamos trabalhando para baixar esse tempo. A meta é que seja ainda menor que o do método padrão, pois o objetivo é usar na triagem de pacientes em hospitais", afirma Danielle.
(com Agência Brasil).