Revista Encontro

Pet

Lei que proíbe corte de orelha em pets completa 10 anos

Práticas estéticas antigas representavam maus-tratos contra os bichinhos de estimação

Da redação com assessorias
Cocker spaniel com cauda curta e doberman com orelha pontiaguda.
Esse exemplo de alterações estéticas em animais de estimação eram consideradas "normais" há alguns anos. Porém, essa intervenção desnecessária e que representa um prejuízo permanente ao bem-estar do pet foi vetada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) por meio da Resolução CFMV nº 877, publicada em 2008.

Entre os procedimentos proibidos pela resolução estão a conchectomia, a cordectomia e a onicectomia, nomes dados, respectivamente, ao corte das orelhas, à retirada das cordas vocais e à remoção cirúrgica das unhas dos animais. Posteriormente, com a publicação da Resolução CFMV nº 1027, de 2013, que complementou o texto original de 2008, ficaria explicitamente proibida na prática médico-veterinária também a caudectomia (corte de cauda).

"Esses eram procedimentos ensinados nos cursos de Medicina Veterinária, mas para vários profissionais já era algo em desuso. Muitos questionavam o benefício que isso trazia ao animal. Depois da emissão dessa resolução, há 10 anos, os médicos veterinários que ainda faziam essas cirurgias se sentiram reprimidos e entenderam que essa é uma coisa errada", avalia Cássio Ricardo Ribeiro, presidente da Comissão Nacional de Bem-estar Animal do CFMV.

Segundo o conselho, além dos procedimentos motivados por razões estéticas, também são consideradas graves as cirurgias que, por conveniência, buscam impedir a expressão do comportamento natural da espécie. Esse é o caso dos proprietários que emudecem os cães por meio da retirada das cordas vocais ou a amputação da terceira falange dos felinos, para que eles não tenham mais unhas.

"É um procedimento cirúrgico, anestésico, que causa dor, e existe muita complicação pós-cirúrgica. Se o cão late muito, é uma questão de adestramento, de educação.
Se o gato arranha o sofá, é porque essa é uma manifestação natural do felino. É uma questão de esclarecer o tutor e explicar que a mutilação não é a solução", ressalta Cássio Ribeiro..