O orçamento previsto para os metrôs e veículos leves sobre trilhos (VLT's) das cinco capitais, que no ano passado foi de R$ 265 milhões, caiu para R$ 142 milhões em 2018, para atender à política de corte de gastos prevista na Emenda Constitucional 95.
Marques de Lima observa que se chegou a cogitar no início do ano reduzir o número de viagens e de trens em circulação, mas nova avaliação de técnicos da CBTU aponta que seria impossível manter o sistema em funcionamento sem o reforço do orçamento. "Esse corte no orçamento da CBTU não reduz viagens. Na situação em que se encontra hoje, nós não operamos mais. O sistema simplesmente para de funcionar. Se o orçamento não for reposto, o sistema para", alerta o diretor.
Em Belo Horizonte, a CBTU opera a Linha 1 do metrô (trem de superfície), que é composta por 19 estações e possui uma extensão de 28,2 km. Ela atende també à cidade vizinha de Contagem, onde estão localizadas duas estações – Cidade Industrial e Eldorado.
Segundo Octávio Luiz Bitencourt, coordenador-geral de orçamento do Ministério das Cidades, a pasta já solicitou aos ministérios das áreas econômicas um crédito de R$ 122 milhões para a CBTU, de forma a recompor o montante necessário e garantir ao menos o que foi gasto no ano passado para manter trens e metrôs em operação. Caso isso não ocorra, o sistema pode parar de funcionar em julho, segundo Bitencourt. "O ministro das Cidades fez a solicitação, mas depende dos ministérios da área econômica. Estamos negociando. O ministro tem conversado com o ministro do Planejamento. Temos feito várias reuniões com a Secretaria de Orçamento Federal", informa o representante do Ministério das Cidades.
Ainda assim, Marques de Lima avalia que a paralisação pode acontecer antes. Segundo ele, contratos de energia, folha de pagamento dos funcionários e outras despesas inviabilizam a continuidade da prestação dos serviços caso não haja uma recomposição imediata. "Com essa redução que nós sofremos, teríamos que paralisar o sistema em abril já", comenta o diretor da CBTU.
Além da redução do orçamento para custeio, caíram também os recursos para investimento. Em 2012, ano que atingiu o pico de investimentos no setor, foram autorizados R$ 783 milhões por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a CBTU. Este ano, menos de R$ 40 milhões foram destinados para expandir linhas e adquirir novos trens, denuncia a senadora Fátima Bezerra (PT-RN).
(com Agência Senado).