Revista Encontro

Ciência

Pesquisadores descobrem formiga que 'explode' para proteger o ninho

A nova espécie é típica de florestas do sudeste da Ásia

João Paulo Martins
Uma equipe de pesquisadores da Tailândia, da Áustria e de Brunei identificaram uma nova espécie de formiga que é capaz de "explodir" seu corpo como um mecanismo de defesa e liberar um líquido pegajoso e tóxico para matar ou afugentar os inimigos.
Este comportamento peculiar – que faz a formiga "estourar" e morrer – foi observado pela primeira vez em 1916, mas nenhuma dessas espécies foi formalmente descrita desde 1935, devido a evidências insuficientes.

Mas, no novo estudo, os cientistas conseguiram identificar cerca de 15 espécies, sendo uma delas descrita como nova para a Ciência. A divulgação da nova espécie, intitulada Colobopsis explodens, que habita as florestas tropicais do sudeste da Ásia, foi publicada na revista científica ZooKeys nesta quinta, dia 19 de abril.

A nova "formiga explosiva", anteriormente apelidada de "gosma amarela", por causa de sua secreção de cor bem viva, foi nomeada como modelo para o seu grupo por ser "particularmente propensa ao auto-sacrifício quando ameaçada por artrópodes inimigos, assim como por 'pesquisadores intrusos'", conforme o artigo publicado nesta quinta (19).

Os pesquisadores também descobriram que, enquanto as pequenas formigas operárias têm a capacidade de explodir, outras possuem suas próprias "especialidades". Por exemplo, existem grandes trabalhadoras – também chamadas de "porteiras" – que apresentam cabeças grandes, em forma de "plugue", usadas para impedir fisicamente a passagem de intrusos no ninho.

Para Alexey Kopchinskiy, da Universidade Técnica de Viena, na Áustria, uma das responsáveis pela pesquisa, a descoberta da nova espécie foi "muito emocionante". "Explodir é apenas um mistério dessas formigas. Enquanto estava com elas, tive de subir nas árvores em que fazem os ninhos, observei o que fazem nas folhas. Elas as patrulham, removendo cuidadosamente qualquer detrito que caia em cima e afugentando qualquer inseto que ouse aterrissar. Ainda não está claro por que estão fazendo isso, mas, já descobrimos várias novas espécies de fungos muito interessantes que crescem nessa folhagem", comenta Kopchinskiy..