Revista Encontro

Saúde

Pimenta mais forte do mundo deixa americano hospitalizado

O rapaz participava de um concurso envolvendo a famigerada carolina reaper

João Paulo Martins
Já ouviu falar na pimenta chamada carolina reaper? Ela é considerada a mais forte do mundo, chegando a marcar entre 1,15 milhão e 2,2 milhões na escala de Scoville (SHU), que mede a intensidade desse tipo de vegetal – para se ter uma ideia, nossa pimenta malagueta tem entre 50 mil e 100 mil SHU.
Recentemente, a carolina reaper voltou à mídia depois que hospitalizou um americano de 34 anos, que havia participado de um concurso no estado de Nova Iorque (EUA).

Assim que terminou de consumir a poderosa pimenta, o rapaz sentiu dores de cabeça "esmagadoramente dolorosas". O médico que o atendeu afirmou que esse sintoma foi decorrente da súbita constrição dos vasos que fornecem sangue para o cérebro – condição chamada de síndrome da vasoconstrição cerebral reversível.

Além de afetar a cabeça de forma agressiva, a pimenta também fez com que o participante azarado sofresse com vômitos secos e dor severa no pescoço, que se desenvolveu ao longo dos dias seguintes ao concurso.

As dores era tão intensas que ele foi parar na sala de emergência e precisou fazer inúmeros testes para avaliar as condições neurológicas, mas os resultados foram negativos. Uma tomografia computadorizada mostrou que várias artérias em seu cérebro haviam se contraído, levando os médicos a diagnosticarem a síndrome da vasoconstrição.

O caso do americano é o primeiro da história que relaciona esse problema nos vasos do cérebro com o consumo de pimenta. Tanto é que ele foi incluído no sistema de registro de casos médicos intitulado BMJ Case Reports, que é usado por pesquisadores e profissionais de saúde dos Estados Unidos e de todo o mundo.

Até então, apenas a pimenta caiena (30 mil a 50 mil SHU) havia sido associada à constrição súbita da artéria coronária e até a ataques cardíacos.

Cinco semanas depois do famigerado concurso que o deixou hospitalizado, uma tomografia computadorizada comprovou que as artérias cerebrais do americano haviam retornado à condição normal.

O médico Kulothungan Gunasekaran, do Hospital Henry Ford, de Detroit (EUA), que escreveu o relatório publicado no BMJ Case Reports, alerta as pessoas para estarem cientes dos riscos relacionados ao consumo de pimenta. "Não aconselhamos que deixem de comer a carolina reaper neste momento, mas recomendamos que o público, em geral, seja cauteloso quanto aos efeitos adversos. Aconselhamos que eles procurem atendimento médico imediatamente caso desenvolvam cefaleia de início súbito após a ingestão de pimenta", diz o especialista no relatório.

(com portal da BBC).