Cravinho não quis entrar em detalhes quais seriam as diferenças entre as propostas da União Europeia e as do Mercosul. "Isso faz parte do segredo do negócio", comenta. Porém, ele admite que as diferenças atrasam o processo de negociação, uma vez que "têm algum impacto e algum valor para o lado europeu e para o lado brasileiro, e o lado do Mercosul em geral".
O embaixador da EU afirma que, apesar das dificuldades em curso, tanto os consumidores europeus quanto os do Mercosul terão muitos benefícios com o acordo, lembrando que os produtores brasileiros poderão colocar café, carne e inúmeros outros artigos nas prateleiras do comércio varejista da Europa, de maneira mais fácil e barata.
"Quero também que o consumidor brasileiro possa beber um bom vinho europeu e comprar os produtos europeus em níveis muito mais baixos do que atualmente estão disponíveis", afirma João Cravinho.
A União Europeia e o Mercosul negociam um acordo de livre comércio há 20 anos. A assinatura foi adiada durante todo esse período em razão da resistência de setores industriais ou agrícolas dos dois lados. Os agricultores franceses têm sido um dos setores que mais opuseram resistência à celebração de um documento União Europeia-Mercosul, por temerem a concorrência da carne brasileira em solo europeu.
(com Agência Brasil).