"Ao apresentarmos o relatório, no final de junho ou início de julho, podemos deixar, na regra geral, a possibilidade para que o estado que se sentir apto possa fazer o processo de unificação imediatamente. Já aqueles estados que não se sentiremos preparados, poderão analisar mais um pouco essa possibilidade", comenta Carvalho.
O deputado lembra que a Constituição Federal permite a cada estado definir como será o seu sistema de segurança pública. Ele acredita que as unidades da federação se convencerão da necessidade da unificação. "Na Alemanha, houve o convencimento de cada ente. É o que pretendemos trazer para a nossa realidade", afirma o parlamentar.
A proposta de unificação das polícias foi discutida no dia 3 de maio, em seminário internacional realizado na Câmara dos Deputados. Parlamentares e representantes das corporações de vários estados brasileiros ouviram as experiências de quatro países: Alemanha, Áustria, França e Chile.
A Alemanha e a Áustria já concretizaram a unificação de suas forças policiais, mas, a França e o Chile ainda não.
Para o capitão Felipe Joaquim, da Gendarmerie (uma das forças militares encarregadas da segurança na França), que trabalha na embaixada francesa em Brasília (DF), em seu país, há uma competição entre as duas polícias na busca pelo bom resultado nas investigações. "Quem ganha com essa disputa saudável é a população, a segurança nacional", comenta o policial.
Dificuldades
De acordo com o presidente da comissão especial, deputado Delegado Edson Moreira (PR-MG), a cultura interna de cada corporação representa a maior dificuldade a ser superada para conseguir a unificação no Brasil. "Cultura, academias , formação... É por aí que temos de começar a mudar, como foi feito na Áustria e na Alemanha, dois belos exemplos", diz o deputado mineiro.
O delegado Milton Castelo Filho, diretor financeiro da Associação de Delegados de Polícias do Brasil, defende um maior investimento nas corporações, com a manutenção do modelo atual. Ele, porém, não descarta possíveis modificações futuras. "As polícias são compostas por homens civilizados, que passaram por bancos de faculdade, são pessoas cultas. Então, acho que a unificação não é uma coisa impossível, não", diz o delegado.
(com Agência Câmara Notícias).