Os cientistas examinaram pacientes internados no Hospital Couto Maia, centro de referência em doenças infecciosas em Salvador (BA), que atende cerca de 90% dos casos de leptospirose na capital baiana e na região metropolitana. O estudo incluiu 98 participantes com manifestações clínicas compatíveis com a leptospirose, como febre de início agudo, falha renal, icterícia, hepatite aguda, hemorragia espontânea e síndrome da diarreia ou constipação associada a febre e dor abdominal. Além destes, alguns pacientes apresentaram meningite asséptica, síndrome que pode, eventualmente, ser causada pela bactéria Leptospira.
Os pacientes incluídos na pesquisa tiveram o diagnóstico definitivo de leptospirose confirmado ou afastado por meio de testes de referência (hemocultura para isolamento da bactéria no sangue dos participantes; e microaglutinação, uma análise sorológica da presença de anticorpos aglutinantes no soro de pessoas infectadas). Além disso, os participantes foram testados pelo DPP e pelo método de detecção de anticorpos IgM contra leptospirose por meio do Elisa (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). Os pesquisadores compararam os diagnósticos do DPP e do Elisa àqueles obtidos com os exames de referência a fim de determinar o desempenho de cada um dos testes avaliados.
O estudo concluiu que o teste DPP apresentou um desempenho em diagnosticar corretamente casos de leptospirose equivalente àquele observado no Elisa-IgM, com a vantagem de ser uma opção portátil, mais simples e rápida do que o exame muito usado na detecção do vírus HIV. Além disso, o teste criado pela Fiocruz foi capaz de identificar, corretamente, a presença da meningite asséptica em quatro de cinco pacientes com o problema, vinculado à leptospirose.
(com Agência Fiocruz).