Na terça (22), o TJMG negou o último recurso apresentado pela defesa do ex-governador e ex-senador por Minas Gerais e determinou sua prisão imediata. O tucano foi condenado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro pela primeira vez em dezembro de 2015, quando foi sentenciado a 20 anos e 10 meses de prisão por participação no chamado mensalão tucano.
Em 2014, o então deputado Eduardo Azeredo (PSDB) renunciou ao mandato tão logo a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) sua condenação a 22 anos de cadeia. Azeredo desprezou o foro privilegiado no STF e fugiu dos holofotes, apostando na lentidão da justiça comum de Minas. Na época, não havia permissão para prisão após o julgamento em segunda instância – fato que determinou nessa segunda-feira a expedição de seu mandado de prisão.
Mesmo assim, ele conseguiu, com a manobra da renúncia, arrastar o processo, referente a 1998 e iniciado em 2005, por mais quatro anos. Ex-governador de Minas, ex-prefeito de Belo Horizonte, ex-senador e ex-deputado, Azeredo é o primeiro tucano de alta plumagem a ter de acertar em presídio as contas com a justiça.
Criador e criatura
O político mineiro do PSDB é personagem principal do que ficou conhecido como "Mensalão Tucano" – uma variante do "Mensalão" do PT, escândalo que veio a público em 2005 e levou para a cadeia boa parte da cúpula petista em 2012, quando foi concluído o julgamento no STF. Apesar de divulgado após o caso de corrupção do PT, o esquema tucano antecedeu e foi o "pai" do "mensalão" petista.
Descobriu-se que o publicitário Marcos Valério – condenado e preso por viabilizar o pagamento de propinas a petistas e seus aliados –, havia sido também peça-chave de esquema semelhante para a campanha do então governador de Minas à reeleição em 1998.
(com Agência Brasil).