Havia roedores de todos os tipos: brancos, cinzas, negros, machos, fêmeas, recém-nascidos e alguns até feridos. "Eles estavam à mercê dos gatos e dos cães que passavam por lá e os comiam ou feriam com brincadeiras mais brutas", comenta um representante da Sacpa, que não teve o nome revelado, em entrevista para o periódico.
A instituição protetora dos animais já sabia que a mulher criava ratos dentro de casa, que estava cheia de entulhos e lixo, mas desconhecia que eram mais de duas centenas. "A miséria social faz parte do cotidiano de quem cuida de animais", diz o ativista.
Os responsáveis pelo resgate dos roedores disseram ao Le Monde que não havia razão para matar todos aqueles ratos, que eram considerados animais de estimação. O problema é que o canil de Hauts-de-Seine não era capaz de abrigar os bichinhos, já que as instalações não são adequadas para a espécie, e a proprietária da casa também não tinha condições de levar os roedores. Por isso, a Sacpa foi chamada e acionou outras associações que se preocupam com o bem-estar animal na França.
Uma das entidades levou 10 ratos, outra 36. Já um outro refúgio, intitulado Larkencielle, em Nanterre, nas proximidades de Hauts-de-Seine, especializado em ratos, recolheu 48 animais.
Todos os ratos resgatados foram levados para uma clínica veterinária, onde passaram por tratamento contra parasitas e por uma "quarentena" de 15 dias, para garantir que não tinham qualquer doença. Além disso, os machos foram castrados.
Agora, as entidades aguardam por famílias interessadas em adotar esses bichinhos de estimação "inusitados". "À primeira vista, imaginamos essas criaturas como sendo sujas, mas, quando cuidamos deles, os ratos são animais adoráveis, inteligentes e tão afetuosos quanto cães e gatos. Eles podem lamber e até reconhecer o nome", explica Cédric Mevrel.
Segundo a matéria do Le Monde, dos 48 ratos recolhidos pelo Larkencielle, três morreram e 20 já foram adotados..