Revista Encontro

Ciência

Sabia que a caspa já existia a 125 milhões de anos?

Cientistas encontraram esse problema comum num dinossauro

João Paulo Martins
Atualmente existem no mercado inúmeros produtos que combatem a caspa, problema que consiste na descamação excessiva do couro cabeludo – forma branda da dermatite seborreica.
Mas, você sabia que essa condição já existia em um dinossauro que é ancestral das aves modernas?

A pesquisadora Maria McNamara, da Universidade College Cork, da Irlanda, encontrou flocos de pele nas penas de um fóssil de microraptor, um dinossauro de quatro asas que andava pela Terra há 125 milhões de anos. Os resultados da pesquisa foram publicados em meados de maio na revista científica Nature Communications.

Para a cientista irlandesa, esse foi um grande achado. "Esta é a única caspa fóssil conhecida. Até agora não tivemos nenhuma evidência de como os dinossauros perdiam pele", comenta McNamara em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

O estudo, apesar de parecer apenas curioso, conseguiu mostrar a diferença evolutiva fundamental entre esses dinossauros e alguns répteis modernos, que "perdem" a pele trocando toda a "carcaça", como fazem as cobras.

Para chegar à descoberta da caspa ancestral, os pesquisadores usaram um microscópio eletrônico para estudar amostras de penas de microraptor, bem como de exemplares de Beipiaossauro, de Sinornithosaurus e do pássaro primitivo Confuciusornis. Todos os fósseis desses animais foram descobertos em diferentes regiões da China.

Os cientistas encontraram corneócitos, que são células mortas da camada externa da pele, e que são muito semelhantes às existentes nas aves modernas e à caspa humana.

Essa forma de perda de pele por meio da fragmentação também é vista nos crocodilos. Isso porque eles têm um ancestral em comum com os pássaros, que deu origem aos dinossauros..