A nova lei entra em vigor no dia 1º de julho e prevê que a cannabis só poderá ser consumida de forma medicinal, com receita médica e comprada em farmácias.
Os medicamentos à base de canabidiol (princípio ativo da maconha, sem qualidade entorpecente), para serem comercializados, precisarão de autorização prévia da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed). O governo português também fica autorizado a produzir esse tipo de remédio, por meio do Laboratório Militar. A lei normatiza que o estado deve estimular a investigação científica nessa área.
Carta aberta
Em janeiro deste ano, uma carta aberta assinada por uma centena de médicos, enfermeiros, psicólogos, investigadores e autoridades da área da saúde pedia a legalização do uso terapêutico da maconha. O documento defendia que "a planta da cannabis possui inúmeros efeitos medicinais que podem e devem ser colocados ao serviço das pessoas". "A legalização permitiria a melhoria da qualidade de vida de muitas pessoas e um maior e melhor acesso ao tratamento mais adequado ao seu estado de saúde", diz o documento.
O texto do projeto de lei do Bloco de Esquerda ressalta a eficácia da cannabis em situações de tratamento da dor, diminuição da náusea e vômitos associados à quimioterapia e estimulação do apetite. Além disso, cita a eficiência da utilização "no caso da doença de Alzheimer, na esclerose lateral amiotrófica, no glaucoma, no diabetes, nos distúrbios alimentares, na distonia, na epilepsia, na epilepsia infantil, na fibromialgia, nos distúrbios gastrointestinais, nos gliomas, na hepatite C, no VIH, na doença de Huntington, na incontinência, na esclerose múltipla, na osteoporose, na doença de Parkinson, no stress pós-traumático, na artrite reumatóide, na apneia do sono", entre outras.
(com Agência Brasil).