De acordo com o oftalmologista Renato Neves, do Eye Care Hospital de Olhos, de São Paulo (SP), o parasita da toxoplasmose costuma atingir o tecido nervoso, podendo desencadear uma uveíte (doença inflamatória da camada média do globo ocular) se não for exterminado a tempo. Nesse caso, os danos à visão podem ser irreversíveis.
O médico lembra que a forma congênita da toxoplasmose ocular pode se manifestar após o anscimento do bebê ou algum tempo depois. "O acompanhamento pré-natal é fundamental para reduzir as chances de manifestação da doença. Se a paciente teve toxoplasmose bem antes de engravidar, provavelmente já desenvolveu imunidade contra o parasita da doença.
Renato Neves adverte que o resultado positivo do exame de detecção da doença não representa necessariamente que o paciente também seja portador da toxoplasmose ocular, sendo fundamental um diagnóstico detalhado, com dilatação da pupila e mapeamento da retina. Vale ressaltar que a doença não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra – somente da gestante para o bebê.
"Geralmente, a pessoa é contaminada por esse parasita em três situações: durante a gestação; pelo contato com solo, caixa de areia ou latas de lixo contaminados por fezes de felinos infectados; ingestão de carne crua ou mal cozida que tenha sido infectada por falta de higiene apropriada. Ela leva cerca de 15 a 20 dias desde o contágio até o aparecimento dos primeiros sintomas, incluindo a forma ocular", explica o especialista.
O médico lembra que, além de cultivar bons hábitos de higiene – lavando as mãos com frequência durante o dia –, é importante evitar o consumo de ovos e carnes mal cozidos; lavar muito bem verduras e legumes antes de consumi-los crus; e ter cuidado ao mexer com gatos de rua, já que o parasita se hospeda nas fezes dos felinos contaminados (recomendação vale também para os locais onde os bichanos transitam, como parques e tanques de areia)..