Segundo os dados da Agência Nacional de Saúde (Anvisa), expostos no artigo científico brasileiro, o número de prescrições médicas de opiáceos vendidos nas farmácias em 2009 foi de 1.601.043 e em 2015, passou para 9.045.945, em números absolutos, representando um salto de 565%. O estudo, realizado pelo pesquisador Francisco Inácio Bastos, da Fiocruz, mostra ainda que os produtos à base de codeína, usados em casos de dores moderadas, pularam de 1.584.372 prescrições para 8.872.501 de produtos vendidos com receitas médicas, no mesmo período.
"É apenas uma fração do problema, que o governo consegue capturar. Nos surpreendemos também com o crescimento no uso de opiáceos e opióides sem prescrição entre os jovens", comenta o especialista, em evento do Instituto Igarapé, no dia 6 de junho, no Rio de Janeiro (RJ).
Para Ilona Szabó, diretora executiva do Instituto Igarapé, estamos caminhando para ter o mesmo uso abusivo de medicamentos que existe nos Estados Unidos. "É o maior índice de mortes por overdose. Aqui não estamos acompanhando essa epidemia. Precisamos exigir melhores dados e transparência para poder fazer prevenção focalizada", diz a ativista.
Em entrevista para jornal carioca O Globo, Francisco Bastos afirma que é necessário acompanhar o uso dos opiáceos e opióides que são vendidos pela internet e sem prescrição médica.
(com Agência Fiocruz e Instituto Igarapé).