"Foram relatadas falhas no controle de H. armigera com esse grupo de inseticidas em diversas regiões produtoras do Brasil", alerta a engenheira agrônoma Mariana Durigan, responsável por um estudo sobre o tema na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. Parte dos resultados foram publicados em 2017 na revista científica Pesticide Biochemistry and Physiology.
Segundo a pesquisadora, a resistência das lagartas a esses compostos já havia sido reportada em alta frequência em países como Austrália, China, Índia e Paquistão. A engenheira agrônoma detectou nas mariposas a presença de um gene que confere resistência aos piretroides. "Considerando que resistência é um caráter genético e hereditário, nós consideramos a hipótese de que os indivíduos que deram origem às populações de H. armigera no Brasil possuíam características genéticas que conferem resistência a piretroides, o que explicaria as falhas de controle observadas em campo", explica Mariana Durigan.
A pesquisa sugere que deve ser realizada a implementação de um programa de manejo da resistência dessa espécie de mariposa a inseticidas no Brasil para garantir a vida útil e a eficácia dos compostos químicos inseticidas usados no campo.
"A implementação de um programa de manejo da resistência de H. armigera a inseticidas no Brasil é crucial e urgente, se quisermos garantir a produtividade e sustentabilidade das nossas lavouras, além de prolongar a vida útil das moléculas disponíveis no mercado", afirma a engenheira agrônoma.
(com Jornal da USP e assessoria de comunicação da Esalq).