Bélgica e Croácia são dois bons times e chegaram às semifinais com méritos, mas não têm tradição em participar de finais de Copas do Mundo. Ambas igualam o maior feito já conquistado até então e chegam apenas pela segunda vez às semifinais da competição. Em 1986, no México, a Bélgica chegou a uma semifinal e a Croácia atingiu a mesma fase em 1998, na França.
Mesmo sendo esperado que os dois times chegassem este ano à fase eliminatória, eram poucos, antes de a competição começar, que imaginavam essas seleções poderiam fazer uma final, o que nunca ocorreu.
Pelo time que tem, a Bélgica ter chegado às quartas de final não causa espanto. Mas, ainda que seja um bom time, o favoritismo era do Brasil, que vinha mostrando futebol consistente. Os belgas inverteram a lógica e superaram os pentacampeões com aplicação tática.
A Bélgica utiliza um esquema que se adapta ao adversário. O técnico Roberto Martinez soube adaptar bem seu time para enfrentar a Seleção Brasileira. O atacante Lukaku, por exemplo, tem as características de um centroavante que fica perto da área esperando bolas aéreas. Mas Martinez aproveitou o gol feito no início do jogo e o colocou na ponta direita, puxando contra-ataques em velocidade. Enquanto isso, De Bruyne mudou de posição e foi o jogador mais parecido com um centroavante, confundindo a marcação montada pelo técnico brasileiro Tite. Assim, como se adaptou para enfrentar o Brasil, a Bélgica deverá mudar a forma de jogar na partida desta terça, dia 10 de julho, contra a França, no estádio de São Petersburgo.
Croácia e Inglaterra
Na outra partida, a Croácia pegou o caminho considerado mais fácil até as semifinais mas, curiosamente, foi a seleção que teve mais dificuldade para se manter na Copa. Apesar de ter se classificado em primeiro lugar em um grupo com a Argentina de Messi e tendo, inclusive, vencido os argentinos sem dificuldade, a Croácia só superou a Dinamarca, nas oitavas, e a Rússia, nas quartas, na disputa de pênaltis. O meio campo talentoso do técnico Zlatko Dalic vem encontrando problemas para vencer os jogos eliminatórios.
Contra uma Inglaterra que vem subindo de produção a cada jogo, uma vitória da Croácia – ainda que nos pênaltis – poderá confirmar a inédita "zebra" na final da Copa do Mundo.
O mundo viu, em copas passadas, situação parecida com a atual. Em 1994, a final poderia ter sido entre Bulgária e Suécia, mas essas seleções acabaram derrotadas pela Itália e o Brasil nas semifinais. Em 2002, a Turquia e a Coreia do Sul estiveram perto de disputar uma final, mas tiveram que se contentar em entrar em campo para a disputa do terceiro lugar.
Por outro lado, França e Inglaterra serão responsáveis por manter as tradições do torneio e fazer uma final entre seleções tradicionais no cenário mundial. Esta pode ser a primeira vez que duas seleções, com um título mundial cada, se enfrentem na briga pelo título.
(com Agência Brasil).