Após cinco anos dessa liberação, o cultivo estatal é encarregado de abastecer as farmácias. Além disso, ainda é possível a plantação individual, de até seis mudas por pessoa, e os clubes de cultivo, que podem contar com até 45 membros. Segundo o pesquisador Júlio Delmanto, da USP, por um lado é bom existir alguma forma de controle social do estado, por outro, há todos os vícios desse controle estatal como a política, negociatas, trocas, burocracia.
"Hoje em dia já existem políticas de controle de drogas sem precisar mudar as convenções internacionais. Pesquisas mostram que não aumenta a procura pela droga se ela é legalizada ou não, como também diminuiu o poder do tráfico e a violência", afirma Delmanto em entrevista à Rádio USP.
Antes mesmo da legalização, o uso da maconha nunca foi criminalizado no Uruguai, mas quando Mujica iniciou o processo de abertura e produção, 70% da população se declarava contrária à lei. Atualmente, 44% dos uruguaios são favoráveis e 41% contrários, de acordo com pesquisa elabortada pelo Monitor Cannabis, que é um centro de estudos da Faculdade de Ciências Sociais da Universidad de La República, em Montevideo.
A experiência uruguaia influenciou outros países como o República Tcheca, Canadá, Portugal e Espanha, que também estão trabalhando em legislações para descriminalizar e legalizar o uso da maconha.
(com Rádio USP).