Para o analista político Antônio Augusto de Queiroz, departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, entre as razões para as candidaturas está a imagem desgastada do Congresso perante a sociedade, mas não é só isso. "Uma das grandes motivações é que, para eles, é um desconforto grande o deslocamento do estado de origem para Brasília toda semana. O segundo fator é que governador tem muito mais poder, mais status que senador", diz Antônio à Agência Brasil.
Há ainda os casos em que a candidatura é posta para reforçar o grupo político ao qual o senador ou senadora pertencem. Segundo o cientista político Lúcio Remuzat Rennó, professor da Universidade de Brasília, além de mandato, em comum, esses parlamentares têm nomes consolidados, cabos eleitorais fidelizados e base definida. "São pessoas que têm enorme visibilidade nos estado e uma influência grande na estrutura partidária, isso os credencia para disputa de cargos majoritários. Essa é uma tendência natural no mundo todo. Nos Estados Unidos, é muito comum senadores se candidatarem aos estados", comenta, também em entrevista à Agência Brasil.
Suplente
Apesar da expectativa de que o suplente na chapa de senador seja escolhido pela capacidade de reforçar o mandato do ponto de vista programático e de angariar votos, na prática, assim como já ocorre historicamente, isso deve continuar não acontecendo, segundo os especialistas.
O analista observa que nessa eleição a indicação de parentes de senadores, ou de postulantes ao Senado, tem ganhado força para ocupar uma vaga na Câmara dos Deputados. Um exemplo disso é o do senador João Capiperibe. Ele tenta emplacar o filho Camilo Capiberibe na Câmara. O movimento contrário também ocorre. Deputados federais que vão tentar uma vaga no Senado querem os filhos na Câmara. É o caso de Silvio Costa (Avante-PE) que quer ver Silvio Costa Filho (PRB-PE), ocupando uma cadeira de deputado federal.
Abaixo, a lista dos senadores pré-candidatos ao cargo de governador:
- Gladson Cameli (PP-AC) – mandato até 2023
- Omar Aziz (PSD-AM) – mandato até 2023
- Davi Alcolumbre (DEM-AP) – mandato até 2023
- Rose de Freitas (Pode-ES) – mandato até 2023
- Ronaldo Caiado (DEM-GO) – mandato até 2023
- Roberto Rocha (PSDB-MA) – mandato até 2023
- Antonio Anastasia (PSDB-MG) – mandato até 2023
- Wellington Fagundes (PR-MT) – mandato até 2023
- Paulo Rocha (PT-PA) – mandato até 2023
- José Maranhão (MDB-PB) – mandato até 2023
- Romário (Pode-RJ) – mandato até 2023
- Fátima Bezerra (PT-RN) – mandato até 2023
- Acir Gurgacz (PDT-RO) – mandato até 2023
- João Capiberibe (PSB-AP) – mandato até 2019
(com Agência Brasil).