A menopausa, ou a última menstruação da mulher, ocorre, em média, aos 51 anos em países como o Brasil. Porém, se o fato acontecer dos 40 aos 44 anos, é considerada menopausa precoce. Segundo um artigo publicado no jornal científico Climateric, as consequências em longo prazo dessa antecipação incluem diminuição da cognição, mudanças de humor, aumento do risco cardiovascular, perda da densidade óssea, disfunções sexuais, assim como aumento do risco de morte precoce.

A menopausa pode chegar antes do tempo para cerca de 10% das mulheres devido a vários fatores. De acordo com o ginecologista Edvaldo Cavalcante, as causas podem ser naturais ou induzidas por intervenções médicas, como a retirada dos ovários, medicamentos para tratar o câncer e quimioterapia, por exemplo.

Abaixo, o médico cita alguns fatores de risco para a menopausa precoce:

• Menarca aos 11 anos ou menos: um levantamento feito com 51.450 mulheres descobriu que o surgimento da primeira menstruação estaria ligado à menopausa precoce. No estudo, aquelas que menstruaram aos 11 anos ou menos tiveram maior chance de entrar na menopausa antes dos 44 anos (risco 1,32 vez maior)
  
  
• Não ter filhos: as mulheres com menarca precoce e nulíparas (que não tiveram filhos) apresentam duas vezes mais risco de entrar na menopausa antes dos 45 anos em comparação com as mulheres que tiveram a menarca aos 12 anos ou mais, e que tiveram dois ou mais filhos
  
  
• Peso abaixo do normal: pesquisa publicada no periódico científico Human Reproduction revela que mulheres abaixo do peso em qualquer idade, ou seja, com Índice de Massa Corporal (IMC) inferior a 18,5 tinham um risco 30% maior de entrar na menopausa antes dos 45 anos quando comparadas a mulheres com peso normal. Para as mulheres que aos 18 anos tinham um IMC menor que 17,5 o risco era 50% maior. Aos 35, esse risco aumentava para 59%
  
  
• Tabagismo: vários estudos relacionam o hábito de fumar à menopausa precoce. Uma pesquisa publicada no Journal of Preventive Medicine and Public Health mostra que o tabaco aumenta em até 1,4 vez o risco de entrar na menopausa precoce

Prevenção

"De acordo com a literatura médica e com as evidências científicas sobre a menopausa precoce, é possível adotar algumas medidas para prevenir que ela aconteça. A primeira recomendação para as mulheres que fumam é procurar tratamento para largar o cigarro, inclusive porque o tabagismo pode levar a uma série de outras patologias, como câncer de mama, por exemplo", comenta Edvaldo Cavalcante.

O ginecologista também recomenda que as mulheres cuidem do peso. "Embora no Brasil temos mais pessoas acima do peso do que abaixo, o ideal é manter uma vida saudável, por meio de uma alimentação equilibrada e prática de atividade física de forma regular. A mulher deve procurar manter o peso ideal para sua composição corporal. Também é possível atrasar a idade da menarca, caso a menina apresente puberdade precoce", esclarece o especialista.

Sintomas e tratamentos

Os sintomas que da menopausa precoce são os mesmos da menopausa que ocorre dentro da idade esperada. Entre eles estão irregularidades no ciclo menstrual, ondas de calor, secura vaginal, mudanças no humor, diminuição da libido, entre outros. A menopausa será confirmada após 12 meses ininterruptos sem menstruar.

De acordo com Edvaldo, na menopausa precoce, o acompanhamento deve ser feito para prevenir as consequências bem conhecidas dessa fase da vida mulher. "É importante avaliar a necessidade de reposição hormonal para amenizar os sintomas, como também para prevenir o desenvolvimento da osteoporose e diminuir o risco cardiovascular. O tratamento também deve envolver a melhora da vida sexual da mulher", diz o médico..